Núncio em Israel falta a cerimónia em protesto contra acusações a Pio XII

O delegado apostólico de Jerusalém e da Palestina, D. Antonio Franco, não vai participar na cerimónia anual em memória da Shoah, que terá lugar na próxima semana no Yad Vashem, o museu do Holocausto. Em declarações à Agência italiana SIR, o Núncio explica que esta “dolorosa renúncia” foi comunicada à direcção do Yad Vashem, por causa da legenda junto a uma fotografia de Pio XII presente no memorial. O texto faz referência a uma “posição ambígua” deste Papa durante o assassinato de milhões de judeus durante a II Guerra Mundial. “A resposta à minha carta, que vi hoje em alguns jornais israelitas, refere que não se pode mudar a verdade histórica. Os factos não se podem mudar, mas deu-se-lhes uma interpretação contrária a muitas verdades históricas e, sobretudo, a toda uma historiografia que os interpreta de outro modo”, lamenta o representante do Papa. Para este responsável, Pio XII não pode ser colocado “no meio de pessoas que devem envergonhar-se de tudo quanto fizeram contra os judeus”, depois de tudo o que fez “pela salvação de milhares de pessoas”. A ausência na cerimónia do Yad Vashem, assinala o Núncio, “não significa falta de respeito pela memória e pelas vítimas desta tragédia”, mas apenas a recusa em “afirmar qualquer responsabilidade da Igreja Católica e da Santa Sé por não ajudar os judeus”.

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