Visita pascal une os dois lados da fronteira

Em Viana do Castelo, e em todo o Alto Minho, o compasso é uma tradição que marca as celebrações da Páscoa. Uma visita que se estende pelo Domingo de Páscoa e Segunda feira. Acompanhado de alguns paroquianos, o padre ou alguém a substituí-lo, leva de casa em casa, a cruz a beijar. “É um grande convívio entre todos”, explica à Agência ECCLESIA, o Padre José Marques Alves, pároco de Cristelo Covo, em Valença do Minho. A sua paróquia vem acrescentar a este ritual do Alto Minho, a particularidade de no final da Visita Pascal, a cruz paroquial fazer uma travessia do rio Minho, também em visita pascal, à localidade fronteiriça espanhola, Sobrada, em Tui. Este é um ritual apreciado por todos, “numa confraternização que se estabelece entre os povos dos dois lados da fronteira”. Antigamente “do lado de lá da fronteira, não havia tanta gente. Agora já têm um local próprio e vão de alguma forma «copiando» o que por cá se faz”, explica o pároco de Cristelo Covo, acrescentando que os espanhóis não têm a tradição do compasso. Na segunda feira de Páscoa, o barco atravessa então o rio Minho, levando a cruz pascal a beijar aos habitantes de Sobrada. O ritual é depois idêntico, em solo português, mas agora com o pároco da localidade galega. Esta localidade é por tradição uma zona de pescadores, actividade que se estende também à Páscoa. Enquanto dura o ritual da cruz, “os pescadores nos muitos barcos que se estendem ao longo do rio, lançam a rede e o que apanharem é por tradição, oferecido como folar da Páscoa, ao pároco”, explica o Pe. José Marques Alves. Esta é já uma tradição com “pelo menos uma centena de anos” e nos últimos 50 anos em que está à frente da paróquia, “nunca deixou de se realizar”, sendo um ponto alto nas celebrações desta região.

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