«Urge repensar o ministério presbiteral», apelou D. José Pedreira na manhã de Quinta-feira Santa, durante a celebração da Missa Crismal que reuniu, à volta do mesmo altar, Bispo e Presbíteros da Diocese de Viana do Castelo. O apelo lançado pelo Prelado vianense resulta da necessidade de novas «unidades pastorais» e do «aparecimento de formas de vida em comum» entre os presbíteros que respondam às novas solicitações de comunidades desertificadas no interior e que crescem mais rapidamente na vertente mais litoral. Por outro lado, a realidade do cristão é cada vez «mais diversificada» uma vez que no mesmo território encontramos os «crentes conscientes», os «praticantes intermitentes ou ocasionais», os que se encontram em «vias de conversão», de «fé suspensa ou adiada», os imigrantes de outras regiões, os que, há longos anos, «cortaram a sua relação com a comunidade cristã» e os que «nunca lá estiveram». Urge repensar o ministério porque aos pastores, mais do que nuca, é pedida uma «forte capacidade de escuta», «sensibilidade às mudanças» e o aproveitamento do «grande papel que os leigos» são chamados a desempenhar. Daí que tenha defendido que depende dos sacerdotes a viragem que a paróquia deve operar que dá pelo nome de «conversão missionária da paróquia e do agir pastoral». Trata-se, explicou D. José Pedreira, de «evangelizar a vida das pessoas para que a sua existência seja moldada pela fé cristã», no quotidiano e quando assumem opções relevantes. «Uma paróquia missionária, não é aquela que abandonou a pastoral comum, para se dedicar a outra tarefa diferente, mas sim aquela que realiza todas as tarefas com um sentido de evangelização que tem como destinatários todos os seus membros e que está aberta para fora dela» explicou o Prelado. No fundo, explicou, «trata-se de dar à paróquia a capacidade de gerar cristãos», que tem como expressão mais visível «a vivência do Domingo como verdadeiro Dia do Senhor», através de uma «participação activa e conscientemente na Eucaristia», e no sentir-se enviado a «testemunhar a boa nova de Cristo na justa edificação da sociedade». A celebração da Eucaristia, advertiu o Prelado, deve «merecer redobrada atenção e ocupar o lugar central» que lhe compete na edificação permanente da Igreja de Cristo. «De reconhecido valor no sufrágio dos defuntos, ela deve ser sobretudo sacramento, sinal e instrumento de santificação dos vivos, ao serviço da consagração do mundo», concluiu. Este repensar o ministério deve levar ainda os sacerdotes e as comunidade a desenvolverem «uma proximidade cordial com as famílias», tanto quanto a condição cultural nos mostra que «a família tem dificuldade em indicar aos filhos um vigoroso caminho de crescimento na fé». «Ela revela-se muitas vezes incapaz de ser o agente primordial da educação dos seus filhos para a vida e para a fé». Este facto e o seu contexto obriga, disse o Bispo Diocesano, a «redescobrir a pastoral da família e instaurar uma relação mais assídua e construtiva com o casal e com a experiência familiar». Este grande encontro sacerdotal, manifestação de comunhão entre o Bispo e o seu presbitério, consolidado na renovação dos compromissos sacerdotais, terminou com um refeição conjunta, tendo antes sido benzida uma carrinha para o serviço dos sacerdotes mais idosos e doentes que estão na Casa Sacerdotal.