Reflexão sobre o papel da Comunidade marca 46.º Encontro Nacional. Novos catecismos a caminho Bragança acolheu, de 1 a 3 de Abril, o 46.º Encontro Nacional de responsáveis de Catequese, centrado na relação entre Catequese e Comunidade. Os participantes estiveram atentos às mudanças desejadas na transmissão da fé, que passam, também, pela publicação de novos catecismos. No décimo aniversário do Directório Geral da Catequese, o Pe. José Cardoso, responsável pelo Departamento de Catequese do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), explica à Agência ECCLESIA que era oportuno perceber o papel da comunidade no processo catequético. “Muitas vezes atiram-se culpas para cima da catequese, quando as coisas não funcionam, para cima da catequese. Há aqui uma interacção: a catequese precisa da comunidade para iniciar-se, verdadeiramente, na vida cristã, e a comunidade constrói-se mais facilmente havendo uma boa catequese”, refere. Esta preocupação, assinala, existe há algum tempo e tem vindo a ser amadurecida, um pouco por todo o país. Por outro lado, os 10 anos que passaram sobre o Directório Geral da Catequese serviram como pano de fundo para duas intervenções, neste encontro, proferidas pelo Pe. Luís Rodrigues e por D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Neste documento (disponível, em português, na página oficial do Vaticano, www.vatican.va) assinala-se que a catequese de iniciação “não é uma acção facultativa, mas sim uma acção basilar e fundamental para a construção, tanto da personalidade do discípulo, quanto da comunidade”. O Directório alerta que “a catequese corre o risco de se tornar estéril se uma comunidade de fé e de vida cristã não acolher o catecúmeno num certo estágio da sua catequização”. Nesse sentido, assinala-se que “o processo permanente de conversão vai além daquilo que fornece a catequese de base” e que, para favorecer tal processo, “é necessária uma comunidade cristã que acolha os iniciados para sustentá-los e formá-los na fé”. Este 46.º Encontro Nacional contou ainda com as comunicações dos vários secretariados diocesanos. A discussão versou sobre os novos catecismos e guias de catequistas, que, segundo o Pe. José Cardoso, encontraram um acolhimento favorável. Em cima da mesa estão, neste momento, novos catecismos do 7.º ao 10.º ano (estando já publicado o do 9.º ano), como foi anunciado na última assembleia plenária da CEP. Prevê-se que estes volumes estejam já disponíveis no próximo ano pastoral, após obterem a necessária aprovação na próxima reunião magna do episcopado português, que decorrerá entre 16 e 19 de Abril. Um novo volume para o 1.º ano está ainda em fase de elaboração na equipa de revisão dos Catecismos. Este processo, iniciado há alguns anos, procura-se responder a mudanças profundas da realidade sociológica e às novas necessidades na transmissão da fé. Na última assembleia da CEP, seguindo o plano de reflexão sobre a transmissão da fé, os Bispos abordaram o papel da família, da escola e da universidade neste processo, salientando “a crise da família na transmissão da fé” e a importância de a Igreja apresentar “intensificar e renovar pedagogias”, criando métodos e técnicas eficazes.