D. Manuel Felício aponta a “visível cultura da morte” onde a guerra é a “primeira consequência”
Guarda, 16 abr 2022 (Ecclesia) – O Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, disse hoje na homilia da Vigília Pascal que a grande responsabilidade de cada um é trabalhar “para a transformação do mundo” perante a “visível cultura da morte”.
“A nossa grande responsabilidade é, depois do encontro que fizemos com o Ressuscitado, trabalharmos para a transformação do mundo, como Ele quer”, destacou na sua homilia Manuel Felício referiu que a “Páscoa e principalmente a Vigília Pascal é o tempo do Baptismo” em que nesta noite, os catecúmenos e os batizados, “são convidados a renovar as suas promessas batismais”.
“A grande novidade, que o sepulcro vazio representa e para a qual chama a atenção, é Jesus vivo e a vida nova que Ele inaugura e quer distribuir pelo mundo inteiro, a começar por estas mulheres e pelos apóstolos até chegar a outros discípulos, em número crescente que, pelo Baptismo, se configuram com Cristo”, disse.
Na sua homilia da Vigília Pascal, o bispo da Guarda sublinhou que “a Ressurreição é o início da Humanidade Nova de que Cristo é a cabeça e o primeiro fruto” mas também “a recriação de um outro mundo, baseado no amor, no direito e na justiça”.
“Batismo é realmente acontecimento pascal, ou seja, de passagem das trevas para a luz – o Batismo chama-se iluminação; da morte para a vida; precisamente o contrário do verificado na experiência comum, em que a morte se segue à vida”, apontou.
O prelado indicou que na sociedade há forças “postadas em promover a cultura da morte” e que a guerra “é a primeira consequência”.
“A guerra é a primeira consequência desta cultura de morte e da desresponsabilização generalizada que ela implica. Quando o bem das pessoas é secundarizado e fica sujeito aos objetivos do poder e da hegemonia material sem limites, vem a tentação de justificar tudo, mesmo os maiores crimes, como aqueles que diariamente nos chegam em direto”, afirmou.
D. Manuel Felício chamou a atenção para o facto da guerra chegar em direto, “expressão visível da cultura da morte”, mas também das outras manifestações como o “caso do abandono dos mais frágeis, a começar pelos idosos, cada vez mais mergulhados na solidão, sem possibilidade de colocarem ao serviço o manancial de sabedoria que transportam consigo”.
“Mas é também a incapacidade das nossas sociedades para darem futuro digno às gerações mais novas. Desta maneira, roubam a esperança aos jovens, porque não valorizam sobretudo os seus sonhos de mudança”, declarou.
O bispo da Guarda apontou ainda a necessidade de revisão na “organização do trabalho e dos diferentes serviços, em geral”, por estar “a gerar crescente exclusão social e marginalidade, o que é fatura muito pesada para pagar, já agora, mas sobretudo pelas gerações seguintes”.
SN