Nas jornadas do Instituto Superior de Teologia “Ainda somos todos homens velhos. Temos algo de novo mas não somos completamente novos” – disse à Agência ECCLESIA D. Manuel Madureira Dias, bispo emérito do Algarve, que proferiu uma conferência sobre “Do «homem velho» ao «homem novo». A novidade da vida cristã”, na jornada teológico-pastoral do Instituto Superior de Teologia de Évora (ISTE). Esta iniciativa realizou-se dia 24 de Março, naquela cidade, subordinada ao tema «Vinho novo em odres novos – o rosto jovem da Igreja no início do terceiro milénio”. E acrescenta: “este «homem novo» não somos nós que o conseguimos alcançar pelas nossas próprias forças apenas”. Jesus Cristo trouxe “coisas muitíssimo novas”. Comunicou ao homem a sua “própria vida divina”. Aos homens compete viver a vida de Deus e “colocar de parte a vida que herdámos de Adão” – sublinhou. Em relação ao tema central das jornadas, D. Manuel Madureira Dias sublinha que talvez seja necessário “construir odres novos para aguentar a força do vinho novo”. A sociedade contemporânea está “inclinada para as realidades terrenas” e “não tem horizontes que ultrapasse a fronteiras deste mundo”. E adianta: “temos muita dificuldade para acatar o que Cristo nos veio dizer”. Quando transmitiu a sua opinião, o bispo emérito do Algarve realça que “não está a ser pessimista”. Neste caminho “pensamos que somos novos” mas “não estamos isentos de pecado”. Apesar das descobertas científicas, o mundo continua «velho» porque não “faz parte da ciência apontar para realidades ultra-terrenas”. E adianta: “estas realidades são dadas pela revelação”. Mas tudo o que a ciência faz de progresso para o homem são “sinais de vida que podem ser potenciados para a vida sobrenatural”. Actualmente, o bispo de emérito do Algarve está a viver na diocese de Évora. “Tenho mais tempo apesar de ler, escrever e dar algumas aulas no ISTE”. E conclui: “tenho uma vida menos carregada pela pressão das horas e dos compromissos”.