Bispo de Viseu alertou para o «desânimo pastoral» e convidou à «audácia» na pastoral
Viseu, 14 abr 2022 (Ecclesia) – O bispo de Viseu pediu hoje que os padres vivam “em simplicidade e humildade”, que cultivem essas atitudes “no falar, no partilhar a vida e nas obras”, de forma a tornar o seu ministério “mais fecundo” e belo.
“O desânimo pastoral, o cansaço psicológico, o fracasso moral, a desmotivação espiritual, o individualismo pastoral, a falta de oração e de compromisso podem levar a um stress interior e profundo, que cria medo e angústia espiritual. Lutemos contra estes sinais que asfixiam a vida, a beleza e a saúde espiritual dos sacerdotes”, afirmou D. António Luciano na homilia da Missa Crismal a que presidiu esta manhã na Sé de Viseu.
O responsável lembrou que o sacerdote é “um homem de escuta” e uma testemunha “fiel e qualificada da Igreja”, “homem da Palavra” e discípulo “missionário que acolhe, escuta, estuda a Palavra e a guarda no coração, pondo-a em prática”.
D. António Luciano indicou ainda o serviço da “caridade e amor fraterno”, do “acolhimento, do diálogo, da paz e reconciliação”.
“O sacerdote é o servo da caridade e do amor fraterno, da justiça, do cuidado, da proximidade, que lava os pés aos discípulos e se faz próximo dos doentes, dos frágeis, dos marginalizados, de todos os que estão caídos à beira do caminho”, lembrou.
O bispo de Viseu focou ainda o papel sinodal que cabe ao padre que “caminha junto com os seus irmãos e vive com eles o mistério da Igreja em «comunhão, participação e missão»”.
“O sacerdote é o homem do acolhimento, do diálogo, da paz, da reconciliação, do encontro, da abertura ao outro, que tece relações novas de fraternidade com os seus irmãos no presbitério, com os consagrados e os leigos seus colaboradores”, indicou.
Perante o clero da Diocese, D. António Luciano lembrou ainda a importância da “oração, da unidade, da misericórdia e do perdão”, do ministério dos sacerdotes, pedindo também “transparência, no rigor moral e espiritual, no anúncio da verdade, na vida íntegra em pureza e castidade, no testemunho do celibato, na prestação de conta”.
O responsável lembrou também o papel que os sacerdotes são chamados a desenvolver para “unir os irmãos divididos, construir pontes, chamar os que vivem indiferentes à fé, ou se afastaram da Igreja”.
“Os sacerdotes devem ser profetas da esperança e de caridade em nome de uma Igreja samaritana, que cuida dos pobres, dos doentes, dos frágeis, das vítimas da guerra na Ucrânia, na Rússia, e de tantas pessoas vítimas da crise pandémica, da pobreza e da guerra”, sendo ainda chamados a ajudar “as pessoas vítimas do ódio, da violência, da exploração, do tráfico humano, de abusos sexuais de crianças, adolescentes, jovens e adultos vulneráveis”.
D. António Luciano pediu ainda audácia para o serviço da “caridade pastoral” e fez referencia à dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude, que se encontram em peregrinação na diocese que, “não deixam indiferentes” perante a “grandeza do mistério da Cruz e da vida do crucificado”.
LS