O Secretário do Vaticano para as relações com os Estados, Arcebispo Dominique Mamberti, atacou as decisões tomadas pelo Parlamento Europeu em matéria de pesquisa sobre os embriões e criticou as legislações nacionais sobre a família. “Uma democracia que, em vez de servir a vida humana, a coloca em votação e apoia quem a suprime, parece vítima da prevaricação e da intolerância”, disse. Ao intervir no Congresso promovido pelos episcopados católicos da UE, para assinalar os 50 anos dos Tratados de Roma, o prelado deixou votos de que o futuro Tratado Constitucional Europeu faça referência ao património cristão do Continente e tutele a dignidade do homem e do matrimónio tradicional. O representante da Santa Sé neste Congresso, dedicado aos valores e perspectivas de futuro para a Europa, criticou os Chefes de Estado e de Governo europeus por abandonarem o Cristianismo “como se abandona um companheiro de viagem que se torna estranho”. “Se a União Europeia atraiçoar o Cristianismo – advertiu – atraiçoa-se a si própria”. Este responsável sublinhou que “não há dúvida de que o Cristianismo não é apenas um dos ingredientes do cocktail europeu”. A Santa Sé e todos os cristãos devem lembrar à Europa que “não pode atraiçoar os valores cristãos, como um homem não pode atraiçoar as suas razões de vida e de esperança, sem cair numa crise dramática”. Na sua intervenção, o “Ministro dos Negócios Estrangeiros” do Vaticano começara por recordar que, nas duas últimas legislaturas do Parlamento Europeu, as posições da Igreja e do Vaticano foram atacadas quase 30 vezes e “injustamente acusadas de ingerência indevida no campo europeu”. “s cristãos empenhados no espaço público europeu – salientou – para serem plenamente coerentes com a sua fé, no actual contexto cultural e politico, devem considerar prioritário e qualificante para o seu empenho público, a tutela da vida humana, desde a concepção até á morte natural, e da estrutura da família, como união entre um homem e uma mulher, fundada no matrimónio”. (Com Rádio Vaticano)