Peregrinos regressam à Cova da Iria, após dois anos de limitações impostas pela pandemia
Fátima, 10 abr 2022 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima presidiu hoje à celebração do Domingo de Ramos, na Cova da Iria, evocando as consequências da guerra “fratricida e cruel” na Ucrânia.
“O que encontramos hoje na Ucrânia é o contrário daquilo que celebramos hoje em Igreja”, afirmou D. José Ornelas, numa intervenção divulgada pelo Santuário de Fátima.
Na primeira vez que preside às celebrações da Semana Santa como bispo de Leiria-Fátima, o responsável católico destacou a missão salvífica de Jesus Cristo, que “procura os mais afastados e que estão a sofrer por causa dos danos que o mundo causa”.
“Ele traz uma mensagem de paz: não se apresenta montado num cavalo de guerra, dos senhores ou num carro de luxo. Vem no jumentinho, que até foi emprestado e este é o animal de gente humilde, de trabalho, de gente que quer construir um mundo novo”, disse.
Hoje nós vemos que aqueles que se afirmam como libertadores apresentarem-se nas cidades não para colher o aplauso da gente humilde, mas para destruir as cidades, para destruir os meios de vida , para causar o medo e a submissão, porque eles não vivem para essa gente que dizem querer libertar; vivem para submeter as pessoas ao seu serviço. Isto é o contrário do que celebramos hoje”.
D. José Ornelas recordou as vítimas da guerra e da pandemia de Covid-19, nos últimos anos, convidando os peregrinos a construir “uma nova humanidade, onde as crianças possam ter esperança no futuro”.
O Recinto de Oração contou com milhares de pessoas após dois anos de limitações, impostas pela pandemia da Covid-19.
“Nas trevas da pandemia parece ir afirmando-se hoje um ponto novo; nas trevas da guerra vão surgindo iniciativas de paz, fala-se de reconstrução, de dar novo dignidade”, afirmou D. José Ornelas.
O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa terminou a homilia com uma prece: “Como Maria acolhemos as vítimas da guerra e de todas as guerras, confiantes de que enquanto construímos uma cidade humana na justiça e na paz, esperamos algo mais que não é só da nossa construção”.
A Igreja Católica inicia hoje, com o Domingo de Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.
OC