Braga vai ter Centro de Apoio à Família e à Vida

A Casa de Santa Zita vai acolher o Centro de Apoio à Família e à Vida, revelou ontem o Arcebispo de Braga na missa comemorativa do 75.º aniversário da Obra de Santa Zita, celebrada na Sé Catedral. Segundo D. Jorge Ortiga, «preparar para viver em família, com responsabilidade, é apostolado e missão a redescobrir». «Sei que, por parte das Cooperadoras da Família, existe uma total disponibilidade para organizar e acompanhar esta preparação. Assim as pessoas o queiram», disse também o Arcebispo Primaz, acrescentando que «são variadíssimas as dimensões a ter em consideração: economia doméstica, culinária, decoração, momentos de convívios…, tudo coisas que parecem pequenas mas que constituem a causa da alegria em viver em casa com prazer e bem-estar». A abertura deste Centro de Apoio, que funcionará ininterruptamente e que será apresentado em conferência de imprensa no Dia do Pai (19 de Março), foi anunciada pelo Arcebispo Primaz na missa que celebrou, no Sameiro, na última festa da Imaculada Conceição (8 de Dezembro). Depois, na reunião do Conselho Pastoral Diocesano, que teve lugar na véspera do referendo ao aborto (10 de Fevereiro), D. Jorge Ortiga adiantou que esta estrutura pró-família e pró-vida não ficaria instalada nos Serviços Centrais da Arquidiocese. Ontem, na missa concelebrada pelo Arcebispo Emérito de Braga, D. Eurico Nogueira, e por alguns sacerdotes, D. Jorge Ortiga afirmou que «é imperioso dar, na pastoral da Igreja, uma centralidade à família através duma valorização maior, capaz de fazer com que a experiência cristã, alicerçada na opção pessoal e individual, parta da família e conduza à revitalização da mesma». «Temos de regressar à família e fazer com que ela gere uma Igreja renovada e uma sociedade nova», frisou o Arcebispo Primaz, que logo no início da homilia contextualizou este desafio: «Sabemo-nos mergulhados num fenómeno de pluralidade de formas de vida familiar. Este confronto, ideológico e concreto, impele-nos não a relativizar ou aceitar esta realidade como inevitável», antes «a acolher uma renovada identidade da família». «A família — acrescentou — como realidade estável e fundada na aliança fiel deve constituir o fundamento duma sociedade verdadeiramente humana. Mais ainda, a qualidade do contexto social depende da saúde das famílias. O seu dinamismo interno deve acompanhar a evolução histórica mas a sua identidade essencial não pode desmoronar-se». Depois, o Arcebispo Primaz reconheceu alguma fraqueza na forma como se tem processado a evangelização e a promoção da vida e da família. «A Igreja sempre prestou atenção à realidade familiar. Nos últimos tempos talvez tenhamos ficado por uma exaltação teórica sem um acompanhamento adequado. Existem movimentos e estruturas. Só que, estou convencido disso, são ocasionais, para alguns momentos ou para pequenos grupos. Importa que a atenção à família seja permanente e para todos», disse D. Jorge Ortiga, antes de destacar o trabalho do Instituto das Cooperadoras da Família. «O carisma da Obra de Santa Zita, protagonizado pelo Instituto Secular das Cooperadoras da Família, pode ser ajuda preciosa pelo seu contributo específico e pelo anúncio a semear no seio das comunidades», afirmou o Arcebispo Primaz. A sua presença na cidade de Braga, referiu, que remonta a 1948 — primeiro, no número 3 da Rua do Forno, e desde 1952, no número 20 da Rua de São João do Souto — «é conhecida e reconhecida por quem por lá passou e por quem vive minimamente atento aos dinamismos da vida social». A Obra de Santa Zita foi fundada por monsenhor Joaquim Alves Brás, na cidade da Guarda, para dar resposta aos grandes problemas e carências de inúmeras jovens que iam das aldeias para as cidades para trabalhar como empregadas domésticas. Desde 1946, com a aprovação de novos estatutos e regulamento, é de âmbito nacional. Na encenação que teve lugar no final da missa ontem animada na Sé de Braga por um dos coros da paróquia de São Victor, os 75 anos da Obra de Santa Zita, que tem como lema “mãos no trabalho, coração em Deus”, e a vida do seu fundador, segundo o qual “salvando a família é todo o mundo que é salvo”, foram evocados pela directora da Casa de Santa Zita de Braga, Manuela Caldeira, e por um grupo de jovens (“Focos de esperança”). As celebrações das bodas de diamante prosseguem no dia 28 de Abril, desta vez em Lisboa, com um painel e a inauguração de uma exposição. No dia 29, após a missa presidida pelo Cardeal-Patriarca, realizar- se-á o almoço-convívio e uma sessão cultural, na aula magna da Reitoria da Universidade, com a participação de vários grupos de música e dança.

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