Fé e razão são ambos dons de Deus

D. José Policarpo aponta que o cristão deve aprofundar, continuamente, as razões do seu acreditar e para que isso aconteça “exige que na formação da sua fé, valorize o papel da razão”, porque esta “é dinamismo de verdade impresso por Deus no homem”. Na terceira catequese quaresmal, o Cardeal Patriarca de Lisboa afirma que a fé e a razão são “dois dons de Deus que se completam”. A fé é “o dom que permite ao homem histórico, enfraquecido pelo pecado, aderir à verdade que Deus lhe revela, para o salvar”, pois a razão natural, por si só, “não seria capaz de chegar à verdade revelada”. D. José Policarpo indica que “é muito grave o divórcio entre a razão e a fé na nossa caminhada para a verdade. A razão auto-limita-se, excluindo como seu objecto próprio o pensar a verdade que nos foi revelada”. Mas também a verdade da fé, “não percebendo que precisa da razão para se humanizar e para ser acolhida e aprofundada, pode cair em expressões «pietistas»”, adverte. “A fé não é racional no sentido de encontrar a sua origem nas capacidades da razão. Mas torna-se racional porque, para se acreditar, temos de acolher com a inteligência e o coração a verdade que Deus nos revela”. Ambos os dons são “fontes de conhecimento, que não se confundem, nem anulam mutuamente, antes se podem encontrar na inteligibilidade da fé”. O cardeal Patriarca de Lisboa sublinha que o “conhecimento de Deus faz parte dos anseios da razão humana na sua busca da verdade”, mas indica também que uma razão orgulhosa e auto-suficiente “nunca será capaz de assumir a fé como expressão da sua busca da verdade”. “A verdade da revelação não se impõe à razão através da lógica de conclusões inevitáveis. É um desafio à liberdade, sublinhando a relação que há entre liberdade e busca da verdade”. Finalizando, D. José Policarpo indica que a relação entre razão e fé “deve ser aprofundada na formação cristã”, e especialmente num tempo em que “na educação se transmitem cada vez mais conhecimentos científicos, a formação cristã não pode descurar a sua base de racionalidade”. Notícias relacionadas «Cultivar a razão crente»

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