Vaticano: Papa reafirma que guerra na Ucrânia é «vergonhosa para toda a humanidade»

Francisco disse que «é inaceitável», assinalando que a cada dia há «mais mortes e destruição»

Foto EPA/Mikhail Palinchak

Cidade do Vaticano, 26 mar 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje que a guerra na Ucrânia é “vergonhosa para toda a humanidade”, e pediu que os refugiados sejam ajudados agora e no futuro, numa audiência à Federação Italiana de Radiodifusão Citizen’s Band, no Vaticano.

“É inaceitável: a cada dia acrescenta mais mortes e destruição”, salientou o Papa, referindo-se à guerra na Ucrânia como “vergonhosa para todos, para toda a humanidade”.

Na audiência à Federação Italiana de Radiodifusão Citizen’s Band – serviço de emergência rádio -, organização que completou cinquenta anos de existência, Francisco partilhou esperança e oração “para que esta guerra termine o mais rápido possível”.

O Papa assinalou que a “Europa está a dar a sua resposta a esta guerra”, e não é apenas no âmbito das altas instituições, mas também a sociedade civil, as “associações de voluntariado” como os membros desta federação e agradeceu o compromisso com as pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia.

“Muitas pessoas mobilizaram-se para socorrer os refugiados, pessoas comuns, especialmente nos países vizinhos, mas também aqui na Itália, onde milhares de ucranianos chegaram e continuam a chegar. A sua contribuição é preciosa, é uma forma concreta e artesanal de construir a paz”, desenvolveu na Sala Paulo VI.

Para Francisco esta forma de reagir “é fundamental e indispensável”, regenera o tecido humano e social, “na presença de uma ferida tão grave e tão grande quanto a causada pela guerra”.

Neste contexto, alertou para a importância de ajudar os refugiados ucranianos “não só neste momento, mas também mais tarde”, quando a memória da guerra distancia-se, porque nessa altura vão ter “mais dificuldades do que agora”, quando estão “todos juntos” a apoiar.

“Visem o bem comum, nunca os interesses partidários. Apenas uma preferência: Os pobres, os indefesos, os marginalizados”, pediu no final do seu discurso, onde disse para manterem sempre juntos a liberdade, “para estar realmente ao serviço das pessoas, do bem comum”, e a solidariedade.

O portal ‘Vatican News’ contextualiza que a Federação Italiana de Radiodifusão C.B. faz parte do “vasto e multiforme movimento de voluntariado italiano”; O Papa recordou que o “forte trabalho voluntário”, que não deixa de apreciar e que “merece ser incentivado e apoiado”, foi uma das surpresas que encontrou na Itália.

A federação reúne cerca de 180 associações e organizações por todo o território italiano que lidam com comunicações rádio de emergência e Proteção Civil, um instrumento eficaz também de solidariedade com as pessoas mais necessitadas e frágeis e grupos sociais vulneráveis.

“É o princípio dos dons, dos talentos, feitos para frutificar para o bem comum; Uma das suas características é a rapidez de ação, graças à rádio, que supera barreiras, mas também graças à sua rede. Não é uma ação individual, a sua força encontra-se na presença capilar no território e na possibilidade de fazer circular notícias e informações muito rapidamente e em todos os lugares”, desenvolveu Francisco.

CB

 

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Agência ECCLESIA

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