Padre Mateusz Adamski salienta que um cristão «deve rezar pelos seus inimigos», protegerem-se «contra todo o ódio e violência»
Lisboa, 25 mar 2023 (Ecclesia) – O padre Mateusz Adamski, da paróquia católica de Santo António em Kiev (Ucrânia), conta que “as pessoas choram e lamentam muito”, nos abrigos onde as tem encontrado quando todos procuram refúgio dos ataques anunciados pelas sirenes.
“Confiamos que as vozes das vítimas de guerra, dos órfãos e das viúvas, estão a chegar a toda a gente no mundo – não para agitar o ódio nos corações ou para semear amargura. Um cristão deve rezar pelos seus inimigos, devemos proteger-nos contra todo o ódio e violência”, disse o sacerdote à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, pela AIS, o padre Mateusz Adamski contou todos os dias há mais pessoas a precisar de ajuda e, nessa solidariedade simples, percebem o trabalho da Igreja e que “Deus está mesmo a caminhar” com ele.
“Na medida em que conseguimos fazer o essencial – compras, organizar comida – sentimo-nos seguros. Estamos a perseverar com os nossos irmãos e irmãs em oração e rezamos pela paz”, explicou.
Desde o início da guerra que começou há um mês e um dia, a 24 de fevereiro, as populações habituaram-se a ir para os abrigos quando tocam as sirenes, e nestes lugares o padre Mateusz Adamski tem escutado as pessoas que “choram e lamentam muito”.
“Todos os dias rezamos juntos e adoramos Jesus no Santíssimo Sacramento”, disse o sacerdote sobre o tempo de espera, e que, “por razões de segurança”, não revelou o lugar exato onde se encontra em Kiev.
O pároco de Santo António, na capital ucraniana, assinala também que estão “gratos por toda a ajuda” e apoio que chega de todo o mundo, “e pelas palavras amáveis”.
“Agradecemos a todos os que rezam por nós e contribuem com donativos para ajudar as necessidades da Ucrânia”, acrescentou.
A fundação pontifícia assinala que têm sido muitos os sacerdotes, religiosas e bispos a levar ao mundo o grito de sofrimento de todo um povo que luta pela sobrevivência, e, desde a madrugada de 24 de fevereiro, a Ajuda à Igreja que Sofre já disponibilizou um apoio de emergência de 1,3 milhões de euros.
CB