Gestos da Cáritas em Leiria para relembrar «que somos todos iguais»

Por ocasião da Semana Nacional da Cáritas, a diocese de Leiria abriu as actividades com uma visita às famílias que perderam as casas devido aos incêndios na diocese. Em 2006, por ocasião da entrega das casas, estabeleceu-se uma relação de proximidade a que pretendem dar continuidade. “Esta semana seria a ocasião privilegiada para tal acontecer”, refere à Agência ECCLESIA Ambrósio Santos, Presidente da Cáritas Diocesana de Leiria. No início da semana deu-se a visita a quatro famílias e as restantes serão visitadas ao longo da semana. Foi uma visita acompanhado pelo grupo local da Cáritas “e foi muito gratificante tanto para as pessoas que visitamos e que nos receberam com enorme simpatia e muito contentamento por perceberem o nosso interesse, mas também gratificantes para nós que recebemos o testemunho de uma vida tranquila”, relembra Ambrósio Santos. Para a Cáritas Diocesana de Leiria era importante reerguer casas com tijolo e cimento mas “mais importante é a relação com as pessoas”. Neste contacto, “tentamos levar algo de simbólico, mas as pessoas recebem-nos com grande amabilidade”, sublinha. O X Encontro da Família Cáritas é habitualmente promovido com o objectivo de congregar os que partilham do espírito da Cáritas em Leiria-Fátima, “pessoas que connosco colaboram seja ocasionalmente ou de forma mais permanente”, sendo um encontro “muito estimulante para quem participa quer para quem organiza”, dada a proximidade e partilha que se gera. E assim foi ontem em Fátima. As mais de 100 pessoas participantes puderam reflectir, com a ajuda de Luís Inácio João, assistente da Cáritas, sobre “Se me dessem oportunidade, seria alguém”. Foi um espaço aberto para analisar o lema da Cáritas para esta semana nacional “Pela dignidade, igual oportunidade, que surge no prolongamento que a União Europeia definiu para como ano internacional para a igualdade de oportunidades. “A abrangência das oportunidade deve superar as raças, as minorias, e deve estender-se a todos os domínios da educação, do emprego, da saúde, no acesso aos bens do conhecimento”, aponta o Presidente da Cáritas Diocesana de Leiria, relembrando o conteúdo da reflexão. Outras actividades estão planeadas para esta semana. A dádiva de sangue marcada para amanhã, dia 6, nas instalações dos Bombeiros Municipais tem já uma história de 10 anos. “As pessoas são muito sensíveis e isto é visível no aumento da participação de ano para ano”. A partir de quinta feira realiza-se um peditório na diocese. “Mas não queremos acentuar o peditório na perspectiva de quem pede. Gostamos antes de acentuar o gesto de quem dá enquanto cidadão livre e consciente que partilha com alegria”. Gestos em Leiria que representam um fio condutor e que apontam para a descentralização de cada individuo em si mesmo, cultivando uma abertura às necessidades dos outros, “para os que têm alguma coisa partilhem com quem não tem”, sublinha Ambrósio Santos. A resolução dos problemas sociais não é apenas o imperativo da dignidade humana “mas condição da paz e da harmonia entre as pessoas e entre os povos”, indica o Presidente da Cáritas diocesana. O agravamento das condições sociais que se registam só podem trazer a insegurança e o agravamento da exclusão para todos. “Para os cristãos trata-se de pôr em prática o mandamento de Deus, mas para o cidadão comum é um dever de cidadania e um gesto de participação activa na resolução de problemas que são comuns a todos. A globalização ajuda a entender como estamos todos juntos nas coisas boas como más”, finaliza.

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