Cristãos atentos à mudança

Desafio do Arcebispo de Braga na primeira conferência quaresmal «É fácil vivermos do passado, daquilo que já está construído. Porém, é mais cristão estarmos atentos aos sinais dos tempos e abertos à mudança». Foi com esta afirmação que o Arcebispo Primaz deu o mote do ciclo de conferências quaresmais, que termina no dia 21 de Março. “A Quaresma como momento de solidão e reflexão” foi o tema da primeira intervenção de D. Jorge Ortiga, que aproveitou anteontem a presença de centenas de fiéis na igreja paroquial de Santa Maria de Ferreiros, Amares, para sublinhar a importância de se efectuar, durante o tempo litúrgico em curso, uma avaliação individual do empenho paroquial, familiar e social. Em plena visita pastoral às comunidades deste arciprestado, o prelado começou por dizer que «para se conseguir compreender o amor de Deus é preciso fazer silêncio ». «Costumamos viver a Quaresma de forma apressada. É necessária coragem para se fazer silêncio para se ter consciência do amor manifestado no alto do calvário», referiu o Arcebispo de Braga. «Vivemos preocupados com o que os outros dizem de nós e não ouvimos a voz da nossa consciência, que nos fala e nos interpela. Talvez Deus queira colocar em ordem alguns aspectos da nossa vida», disse ainda D. Jorge Ortiga, propondo, de seguida, «um profundo exame de consciência ao tipo de relacionamento que se cultiva na família» e o que, de facto, esta família «faz e realiza na Igreja e na sociedade». Perante um templo repleto de fiéis de ambas as paróquias da vila amarense, o prelado bracarense lembrou, a propósito, que, «ao fazer-se este silêncio quaresmal, é importante ouvir o que a voz do Espírito diz às comunidades cristãs». «É fácil vivermos do passado, a partir daquilo que já está feito. Porém, é mais cristão estarmos atentos aos sinais dos tempos», sublinhou o Arcebispo Primaz, deixando um forte apelo para que «os cristãos reajam contra a rotina e criem outros hábitos de reflexão». Infelizmente, «“pensa- -se”com o coração e não com a cabeça». «Pensamos, por exemplo, que os políticos é que têm que mudar este estado de coisas e que os párocos é que têm de assumir todas as responsabilidades e tarefas na comunidade cristã », lamentou o prelado, que terminou a intervenção lançando o seguinte desafio: «temos que ser homens e mulheres modernos, que têm a dizer algo de significativo a este país e à Igreja. Antes era fácil, pois quase todos éramos católicos em Portugal. Ser cristão hoje não é tão fácil, é uma opção, escolha e dom de Deus. Acabemos de vez com os complexos que nos amarram». Na próxima quarta-feira (dia 7), às 21h00, no mesmo local, D. Jorge Ortiga profere a segunda conferência quaresmal, intitulada “Coragem de descobrir as solidões das nossas famílias”.

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