A celebrar 150 anos de fundação, Congregação anseia mais vocações para chegar a mais doentes
Braga, 10 mar 2022 (Ecclesia) – A irmã Leonora Nono, Serva de Jesus da Caridade, disse à Agência ECCLESIA que a congregação tem como carisma “servir e cuidar dos doentes no domicílio”, passando a noite junto dos doentes para “aliviar o peso às famílias”.
“O significado é tratar de Jesus, realizando esta obra de caridade, cuidar os doentes e aliviar o peso das famílias, que precisam de descansar de noite para trabalhar no dia seguinte e nós estamos à beira dos doentes toda a noite”, explica a religiosa filipina.
Uma comunidade de cinco religiosas, de quatro nacionalidades diferentes, que vivem uma “vida de turnos”, onde os horários do convento são diferentes dos habituais.
“Saímos do convento pelas 21 horas, vamos para a casa do doente, passamos a noite até às 06h da manhã, quando regressamos ao convento para as laudes, missa e afazeres, seja confeção de comida ou limpezas, depois almoçamos e pelas 13 horas começa o tempo de descanso, a nossa tarde é para dormir, até às 18 horas, para depois celebrar vésperas, jantar e ir para casa dos nossos doentes”, descreve a irmã.
As Servas de Jesus da Caridade foram fundadas por Santa Maria Josefa do Coração de Jesus há 150 anos em Bilbao, Espanha, com o lema “Amor e sacrifício”; atualmente em Portugal apenas existe esta comunidade na arquidiocese de Braga.
Cada religiosa cuida de um doente por noite, “em sistema rotativo”, “exceto a madre que presta atendimento no convento”, e a vigilância noturna pode ter vários momentos.
“Rezamos com o doente antes de dormir, damos a medicação e, enquanto eles dormem, nós fazemos outras tarefas como rezar o terço, ler, seja tema de formação ou leitura espiritual, fazemos trabalhos manuais para não adormecer, mas depende da necessidade de apoio que o doente precisa”.
A irmã Leonora Nono admite apenas que “não dormem durante a noite mas descansam uns 15 a 20 minutos”, sendo uma vida difícil que entregam “para melhor cuidar”.
Com formação básica de enfermagem e algumas noções de geriatria, as Servas de Jesus da Caridade vivem o seu carisma como indicado pela fundadora: “cuidar não consiste apenas em dar remédios aos doentes há outro tipo de ajuda que não devem esquecer é a ajuda do coração”.
Atualmente a falta de vocações da congregação faz com que não consigam dar assistência a mais doentes.
“Sinceramente há muitas pessoas que fazem pedido para a nossas assistência, e queremos responder a todas as famílias para ajudar os doentes, mas não podemos porque temos falta de irmãs… como gostava muito que as jovens pudessem entusiasmar-se com este serviço e houvesse vocações para a congregação”, indica.
A entrevista integra o programa ECCLESIA deste sábado, 12 de março, na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00, ficando depois disponível online.
SN