Cáritas em luta contra as desiguldades

Desafios ao trabalho da organização católica, presente em todo o país, lançados em Conselho Geral A Cáritas Portuguesa foi desafiada a trabalhar em favor da educação para a cidadania, criando condições para um desenvolvimento sustentável. Este desafio foi lançado no Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, este fim de semana, por Manuela Silva da Comissão Nacional Justiça e Paz que reflectiu sobre o tema da Semana Nacional da Cáritas e proposto também pela União Europeia. “Pela Dignidade, Igual Oportunidade” serviu de mote para desenvolver orientações e sugestões para uma prática caritativa quer a nível nacional quer concretamente nas dioceses. “O grande desafio vai no sentido de perceber as causas da pobreza e as causas que geram as desigualdades”, apontou à Agência ECCLESIA, Isabel Monteiro, Presidente interina da Cáritas Portuguesa. Outro desafio lançado vai no sentido da reflexão. “Perceber os estigmas e preconceitos da sociedade que não deixam avançar efectivamente para uma igualdade de oportunidades para todos”, sublinha. A igualdade de oportunidades “é um meio para a criação de um desenvolvimento sustentável e de uma cidadania activa e consciente” e para os cristãos o desafio é ainda maior, “pois pede-nos uma coerência com os valores que professamos”, manifesta a Presidente interina.. A educação, a saúde são direitos fundamentais consagrados na Constituição, mas trata-se de focar o problema “na educação”. “Esta deve ter no horizonte a cidadania, começando nas crianças e nas famílias”. São desafios lançados para tornar a Cáritas “mobilizadora de desenvolvimento, para criar uma consciência cristã esclarecida, efectivamente interventiva na sociedade portuguesa e com maior incidência nas comunidades cristãs”, manifesta Isabel Monteiro. Compete agora às Cáritas diocesanas ter estes desafios em consideração e lançar pistas para concretizar estes objectivos, “algumas estão já atentas a estas questões, mas queremos estar em constante transformação e conversão”. Caritas quer ilumir Portugal Outros assuntos estiveram em debate nomeadamente a Campanha 10 milhões de estrelas. Na avaliação desta iniciativa que pela quarta vez se realizou em Portugal, mais vezes a Cáritas vai iluminar Portugal. A campanha “é um instrumento privilegiado de evangelização sobretudo junto da população e das comunidades cristãs, que visa uma vivência cada vez maior dos valores do Evangelho e do Natal”. Mas a estratégia deverá mudar pois “vamos reflectir nas metodologias de intervenção para que a campanha não se resuma a uma venda de velas”. A Cáritas admite que “talvez não tenhamos sido verdadeiramente explícitos ou por deficiência de comunicação”. A estratégia vai ser pensada a nível nacional, mas com o contributo das várias Cáritas diocesanas, mas estabelecendo outras parcerias com outros grupos e movimentos da Igreja local, através dos párocos e suas paróquias e envolvendo também o Secretariado Nacional da Educação Cristã e da Catequese e a hierarquia da Igreja”, de forma a central esta iniciativa no seu objectivo de “educação para a paz, justiça e solidariedade”. Promover a caridade e o voluntariado Outros pontos em agenda susteve-se no novo sítio na internet da Cáritas Portuguesa. “É um veículo de comunicação importante entre a Cáritas e a sociedade civil”, manifesta e esta renovação vai possibilitar “uma melhor comunicação, informação e articulação entre as várias Cáritas”. Tempo ainda para analisar a sustentabilidade da Cáritas de forma a envolver a sociedade portuguesa e para fazer um apelo para uma recente Campanha lançada por esta instituição de ajuda a Moçambique. “Queremos apostar na mobilização da sociedade civil”, garante Isabel Monteiro. A Cáritas Portuguesa tem um papel reconhecido em práticas de voluntariado. “Praticamente todos os dirigentes e funcionários da Cáritas são voluntários. Recrutamos e recebemos voluntários para trabalhar”. Mas o contributo e papel desta instituição quer ir mais além “dando formação aos voluntários, não para se sobrepor ao trabalho técnico mas valorizando o trabalho voluntário em si”. Nesse sentido a constituição de uma Confederação das instituições de solidariedade, “para divulgação do voluntariado e das organizações não lucrativas, da Cáritas e da sociedade civil, foi visto como muito positivo”. A Semana Nacional da Cáritas terá início no próximo dia 4, Domingo, em Braga. As actividades e dinamização são da responsabilidade de cada diocese, que de acordo com a sua realidade traçou um “plano específico”. O dia 11, Dia Nacional da Cáritas encerra as comemorações em Silves. “Pretendemos através desta semana criar uma maior consciência da solidariedade e prática da caridade, dinamizando as paróquias e comunidades cristãs para criar um verdadeiro espírito e consciência de que é urgente a prática da caridade e o envolvimento de todos”, sublinha Isabel Monteiro.

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