A Grande Gala dos Oscars

Embora destinada ao cinema americano e aos filmes que entraram no seu mercado, a Noite dos Oscars é a grande festa anual do Cinema. Preparada com requinte, aguçado o apetite semanas antes com a divulgação dos nomeados, o resultado varia muito de ano para ano, havendo casos em que os prémio se concentram sobre uma das obras concorrentes, como em 1959 com «Ben Hur» (11 Oscars) ou «Titanic» em 1997 (com o mesmo número de galardões). Por vezes sucede o inesperado, como, na festa de 2006 (programação de 2005), a escolha de «Colisão» como Melhor Filme e Melhor Argumento Original. O ano corrente não parecia passível de grandes surpresas. Eram muito os filmes de elevada qualidade que se encontravam nomeados e no campo do actor e da actriz principal pareciam – e estavam – decididos à partida, tal a qualidade dos desempenhos de Forest Whitaker em «O Último Rei da Escócia» e Helen Mirren em «A Rainha». Uma lista de peso concorria ao Melhor Filme e outra de igual projecção ao Melhor Realizador. Terá pesado o facto de Martin Scorsese contar já, no passado, com seis nomeações goradas, sucessão de frustrações finalmente interrompida com os dois prémios de maior relevo. Como Melhor Filme e Realizador «The Departed – Entre Inimigos» deixou para trás «Babel», «Cartas de Iwo Jima», «Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos» e «A Rainha». Mais dois Oscars reforçam a posição de «The Departed», o de Melhor Argumento Adaptado e Melhor Montagem. Facto a registar os três prémios atribuídos a «O Labirinto de Fausto», uma co-produção hispano-mexicana, sem mesmo assim ter ganho o Melhor Filme em Língua Estrangeira. Quanto vale um Oscar? Em primeiro lugar contribui para o aumento de prestígio de quem o recebe. Por outro lado permite o relançamento dos respectivos filmes para novo fôlego, nos países em que já tenha entrado em circuito comercial. É, seguramente, uma distinção que marca a carreira de cada premiado. Francisco Perestrello

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