Carmo Rodeia recorda necessidade de encontrar publicação para dar a conhecer acontecimentos na Cova da Iria
Fátima, 04 mar 2022 (Ecclesia) – O nascimento do jornal ‘Voz da Fátima’ está associado à dinamitação da Capelinha das Aparições, que ocorreu a 06 de março de 1922, explica a responsável de imprensa do Santuário.
Carmo Rodeia disse à Agência ECCLESIA que na sequência desse episódio, há 100 anos, D. José Alves Correia, então bispo de Leiria, “acaba por nomear uma comissão de eclesiásticos para aferir e estudar o fenómeno dos acontecimentos de Fátima” e “na primeira reunião decidem a criação de uma publicação regular, que fosse a ‘Voz da Fátima’”.
No primeiro editorial desta publicação, o cónego Manuel Nunes Formigão, que assinava os editoriais como Visconde de Montelo, escreveu que “a Igreja tem estado calada, têm sido lançadas atoardas contra a Igreja e contra Fátima e o que se pretende, através da publicação, é informar e esclarecer as pessoas de toda a verdade”.
“Há uma coincidência entre a dinamitação da Capelinha das Aparições e a necessidade de se criar uma comissão canónica que estudasse os acontecimentos de Fátima”, frisou Carmo Rodeia.
A dinamitação da capelinha ocorreu cinco anos depois das aparições na Cova da Iria e as “primeiras notícias de Fátima não surgiram nos jornais católicos, na imprensa católica”, embora houvesse várias publicações.
O primeiro boletim da ‘Voz da Fátima’ dever ter saído em junho de 1922, mas o cónego Manuel Nunes Formigão disse que “não tinha condições para ser diretor do jornal”, dado que não tinha autorização do Patriarca de Lisboa.
O primeiro número “esteve impresso, na quantidade de seis mil exemplares”, para ser distribuído aos peregrinos de Fátima, mas “não chegou a sair”, e só foi lançado, “efetivamente, a 13 de outubro de 1922”.
A celebrar o seu centenário, o jornal ‘A Voz da Fátima’ foi “extremamente importante na difusão dos acontecimentos” da Cova da Iria, mas também “na leitura do mundo”.
“Este jornal é um enorme contributo para a afirmação dos 100 anos das aparições e do Portugal contemporâneo” porque “é um repositório de muitas conversas, desabafos e orientações que Fátima quis dizer ao mundo”, indicou Carmo Rodeia.
Com o atual conflito bélico entre a Ucrânia e a Rússia, a responsável de imprensa do Santuário de Fátima relata que “o leste europeu esteve sempre presente, até numa perspetiva pedagógica”, no jornal da instituição
LFS/OC
https://agencia.ecclesia.pt/portal/evento/media-santuario-celebra-100-anos-da-voz-da-fatima/