Bento XVI lembra S. Pedro Damião, «enamorado de Deus»

Bento XVI enviou uma mensagem aos membros da Ordem dos Camaldulenses, por ocasião do milénio do nascimento de São Pedro Damião (1007-1072), a quem definiu como “enamorado de Deus”. Na carta, recebida pelo Pe. Guido Innocenzo Gargano, superior do Mosteiro de São Gregório al Celio (Itália), tornada pública pelo Vaticano na quarta-feira passada, o Papa recorda o milénio do nascimento do santo. Nascido em Ravena, Pedro Damião exerceu a docência, mas retirou-se depois para o ermo de Fonte Avellana, onde foi eleito prior. Foi grande propagador da vida religiosa na Itália. Ajudou os Papas, em particular São Gregório VII, com seus escritos, na reforma da Igreja. Nomeado por Estevão IX como Cardeal e Bispo de Ostia, morreu no ano 1072 e pouco tempo depois começou a ser venerado como santo. Bento XVI aproveitou esta data para propor aos cristãos o exemplo de “sua personalidade de estudioso, eremita, homem da Igreja, mas sobretudo de enamorado de Deus”. “São Pedro Damião foi sobretudo um eremita, ainda mais, o último teorizador da vida ermita na Igreja latina, na altura do cisma entre o Oriente e o Ocidente”, recorda o pontífice. A vida ermita, acrescenta o Papa, continua a ser “um claro convite para todos os cristãos à primazia de Cristo”. “Depois de cada missão eclesiástica, ele regressava à paz do mosteiro de Fonte Avellana e, livre de toda ambição, chegou mesmo a renunciar definitivamente à dignidade cardinalícia para não se afastar da solidão ermitã, cela de sua existência escondida em Cristo”. São Pedro Damião “foi a alma da Reforma gregoriana, que marcou a passagem do primeiro ao segundo milénio, da qual São Gregório VII representa o centro e o motor”. Ao recolher as lições de vida do santo, o Papa recordou que com frequência, São Pedro Damião se dirigia a seus “irmãos ermitas e lhes pedia a valentia de uma entrega total ao Senhor, que se aproximasse o mais possível do martírio”. Por outro lado, conclui, “tanto ao Papa, como aos bispos e aos eclesiásticos de alto nível, exigia um evangélico desprendimento de honras e privilégios no cumprimento de suas funções eclesiásticas”. “Aos sacerdotes recordava o grande ideal de sua missão, cultivando a pureza dos costumes e uma real pobreza pessoal”, concluiu Bento XVI.

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