Celebrar a Missa em Televisão

A Igreja Católica na Espanha convocou, na semana passada, os Bispos e delegados diocesanos responsáveis pela área da comunicação social, com o objectivo de analisar “desafios e possibilidades” da comunicação eclesial. Um dos temas que dominou os trabalhos foi o das “possibilidades pastorais” da transmissão televisiva (ou radiofónica) da Missa. Em Espanha, cerca de 1,5 milhões de pessoas seguem a transmissão, o que corresponde a um share de 18-22% e a uma liderança de audiências nesse espaço horário. O Pe. António Rego, director do Secreta-riado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS) da Igreja em Portugal, participou no encontro e partilhou com os presentes uma reflexão sobre o “rito religioso e o rito da Televisão”. A visão sobre estes momentos têm mudado ao longo dos tempos, tendo a Igreja deixado de pensar na Missa televisio-nada como um espaço para os doentes e os idosos. “Hoje percebe-se que este é um instrumento de comunicação, para todos. Os destinatários são imprevisíveis: laicos, descrentes, pessoas nos mais variados estados de espírito”, refere o Pe. António Rego. Vários elementos se misturam numa transmissão da Missa, desde a Liturgia ao espaço, passando pela assembleia, a decoração, o coro e o próprio presidente. “A Televisão entra numa igreja e transforma a celebração, pelo que a comunidade deve estar preparada”, assinala o Director do SNCS. Apesar haver sempre momentos para as “grandes Catedrais”, este responsável lembra o fenómeno de “descentrali-zação” provocada pelo advento dos canais privados e pela Internet, o que leva a uma nova “exigência” para quem capta a imagem e o som e para quem celebra. “Há uma tendência para evitar a chamada Missa ‘gnostica’, onde não aparece a assembleia ou o sacerdote. Nós em Portugal sublinhamos isso”, conclui.

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