Diocese e Governo Regional assinalam 100 anos de presença dos Irmãos de São João de Deus na Madeira
Funchal, Madeira, 11 fev 2022 (Ecclesia) – O bispo do Funchal sustentou hoje, na homilia da celebração do Dia Mundial do Doente ,que nenhuma abordagem terapêutica “pode prescindir” da escuta do paciente.
“O doente é sempre mais importante do que a sua doença”, disse D. Nuno Brás, na abertura do centenário das comemorações da inauguração da Casa de Saúde de São João de Deus na Ilha da Madeira.
Mesmo quando “não se pode curar, sempre é possível tratar, consolar e fazer sentir à pessoa uma proximidade que demonstre mais interesse por ela do que pela sua patologia”, frisou o responsável católico, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
No início das comemorações do centenário da presença da Ordem Hospitaleira no Funchal, D. Nuno Brás realçou que “Jesus foi conhecido pela sua atividade taumatúrgica”.
Nisso, todas as fontes, todas as tradições, todos os escritos que nos chegaram acerca do Nazareno – provenham elas das diferentes famílias canónicas neotestamentárias (sinópticas, joânicas, paulinas ou judeo-cristãs) sejam fruto dos escritos que, mesmo datando de épocas próximas à figura histórica e terrena de Jesus, não encontraram lugar no cânone do Novo Testamento – todas as tradições acerca de Jesus concordam: Jesus curou muitos doentes”.
O bispo do Funchal reconheceu que ainda há um “longo caminho” a percorrer e, nalguns países, “receber adequados tratamentos continua a ser um luxo”.
“Testemunha-o, por exemplo, a escassa disponibilidade, nos países mais pobres, de vacinas contra a Covid-19 e ainda mais a falta de tratamentos para patologias que requerem medicamentos muito mais simples”, acrescentou.
A celebração contou com a presença do presidente do Governo Regional da Madeira, o qual afirmou que o executivo vai continuar a alocar recursos financeiros e logísticos para a Casa de Saúde São João de Deus (CSSJD).
O espaço assinalou hoje, com a inauguração do busto do seu fundador e com a abertura de duas novas unidades de saúde, o centenário da instituição.
Miguel Albuquerque disse que o Governo vai continuar a trabalhar com a CSSJD: “Temos de acompanhar o evoluir dos tempos, mas mantendo aqueles que são os valores decisivos e fundamentais, que são valores que esta instituição contempla, os valores que esta instituição secularmente praticou e vai continuar a praticar e que nada têm a ver com variantes e relativismos de modas”.
O responsável agradeceu, em nome do Governo, “o trabalho extraordinário que esta Ordem tem feito aqui na Madeira, em prol de uma visão fundamental da Saúde Pública e do apoio social, baseada na Doutrina Social da Igreja”.
LFS/OC