Cónego Hélder Fonseca Mendes incentivou a Igreja a acompanhar «novos cenários familiares» e a acompanhar as pessoas que «estão marcadas por um amor ferido»
Angra do Heroísmo, Açores, 10 fev 2022 (Ecclesia) – O administrador diocesano de Angra destacou a importância do exemplo dos pais para a transmissão da fé, pedindo que estes não deleguem essa missão noutras pessoas.
“Pelo seu exemplo de vida quotidiana, os pais crentes têm a capacidade mais envolvente de transmitir aos seus filhos a beleza da fé cristã. Os casais católicos devem superar a mentalidade comum de delegar esta tarefa seja num nos membros do casal, dispensando o outro, seja nos avós, no colégio, na escola, na paróquia”, disse o cónego Hélder Fonseca Mendes, citado pelo portal ‘Igreja Açores’.
O responsável destacou que ação da família é “mais permanente e quotidiana” no tempo e no espaço, nos dias de semana e fim de semana, em período letivo e de férias, “em trabalho e em passeio”.
“A família é um anúncio de fé, enquanto lugar natural onde a fé pode ser vivida de maneira simples e espontânea, sem uma preocupação orgânica e metódica; É o lugar natural para a iniciação à vida, também à vida cristã, onde se desperta também para o sentido de Deus, onde se dá os primeiros passos, também na oração, onde se educa, também a consciência moral e o sentido cristão do amor humano”, indicou.
O cónego Hélder Fonseca Mendes participou numa reunião online promovida pelo Serviço da Pastoral Familiar e Laicado de Angra, que contou com a participação da “maioria dos responsáveis de ilha, leigos, e sacerdotes”, esta terça-feira à noite.
O sacerdote exemplificou que a família deve guiar-se cristãmente “superando os desejos desmesurados promovidos pela sociedade de consumo”, respeitando a criação e a casa comum, “não se fechar no interior exclusivo dos seus membros”, superar as relações de domínio, agressividade, abusos ou violência.
Segundo o administrador Diocesano de Angra, a Igreja também “não” pode ignorar os “novos cenários familiares” deste tempo, com “situações complexas e problemáticas para a opção cristã”.
“A Igreja deve acompanhar as pessoas que estão marcadas por um amor ferido, numa condição mais frágil, voltando a dar-lhes confiança e esperança, invocando sempre a graça da conversão, a fazerem o bem, a cuidarem com amor um do outro, e colocarem-se ao serviço da comunidade onde vivem e trabalham”, desenvolveu, citando o Papa Francisco na exortação pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’.
O portal de notícias da Diocese de Angra assinala que o Serviço da Pastoral Familiar tem procurado desenvolver a pastoral familiar numa “lógica territorial” e em cada ilha dos arquipélago dos Açores encontrar leigos que se mobilizem e “possam partir em missão na evangelização de outras famílias”; Sete das 17 ouvidorias ainda não possuem a pastoral familiar organizada territorialmente.
No próximo dia 19 de fevereiro, a equipa diocesana vai participar numa reunião nacional da Pastoral da Família, em Fátima; o sítio online ‘Igreja Açores’ informa ainda que o ‘Dia Diocesano da Família’ de Angra está marcado para 15 de maio, na Ouvidoria de Vila Franca do Campo.
Convocado pelo Papa Francisco, a Igreja Católica está a celebrar o Ano ‘Família Amoris Laetitia’, desde 19 de março de 2021, pelo quinto aniversário da Exortação Apostólica ‘Amoris Laetitia’, até ao dia 26 de junho, no âmbito do 10.º Encontro Mundial das Famílias.
CB/OC