África: Assassinato de sacerdote na República na República Democrática do Congo faz temer aumento da violência

D. Melchisédech Sikuli Paluku, da Diocese de Butembo-Beni, fala em «massacres» e lamenta «indiferença» das autoridades

Lisboa, 07 fev 2022 (Ecclesia) – O padre Richard Masivi foi assassinado a 1 de fevereiro na Diocese de Butembo-Beni, na República Democrática do Congo (RDC), no norte de Kivu, facto que “chocou” a comunidade cristã que teme um aumento da violência.

O assassinato aconteceu quando o padre se dirigia para a sua paróquia, de São Miguel Arcanjo, após ter celebrado Missa em Kanyabayonga, explica um comunicado da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), enviado à Agência ECCLESIA.

“Desde há 10 anos para cá, sobretudo desde 2014, têm acontecido massacres atrás de massacres e as autoridades do nosso país passam o tempo a discutir temas como que ministérios irão assumir”, afirmou D. Melchisédech Sikuli Paluku, bispo da diocese.

O responsável lamentou a “indiferença das autoridades perante os massacres” e face à “população que não conta para nada”.

O bispo de Butembo-Beni explicou que a investigação “está em curso”, com vista a apurar “não só a autoria mas também as circunstâncias deste crime”.

A região nordeste da RDC tem registado um aumento de violência com o Barómetro de Segurança de Kivu a registar, em oito dias, a morte de 123 civis na mesma região, incluindo em campos de deslocados internos.

No dia 2 de fevereiro, um ataque ao campo de deslocados Plaine Savo, em Ituri, vitimou 62 pessoas, entre elas 17 crianças, tendo sido condenado pela Papa Francisco, através de um telegrama enviado ao presidente da RDC, Félix Tshisekedi, que falava em atos “bárbaros”, causadores “de grande sofrimento e desolação no país”.

O Conselho Norueguês para Refugiados disse em comunicado que o campo de Plaine Savo abriga “mais de 24.000 pessoas que fugiram da violência no território de Djugu em 2019”, região que acolhe os refugiados expulsos das suas casas em ataques anteriores.

A AIS indica que, apesar de não haver dados oficiais sobre o crime que vitimou o padre Richard, “a imprensa local tem apontado o dedo às Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde afiliado ao Daesh, os jihadistas do Estado Islâmico”.

LS

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Agência ECCLESIA

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