Hoje é o último dia para a campanha oficial do referendo do próximo domingo. As mensagens éticas e as explicações científicas da Plataforma Não Obrigada foram acolhidas por centenas de madeirenses, cidadãos de várias profissões, crenças e ideologias, que vão votar Não ao aborto. Ontem, em conferência de imprensa, foi divulgada uma lista de 500 nomes, desde médicos, juristas e outros que dão “prioridade à vida” e são contra a liberalização do aborto. Para o médico França Gomes, a actual “Lei portuguesa é igual à maioria dos países europeus, não é melhor nem pior. E quando se transmite a ideia de que esta Lei que agora se vai votar será para igualizar, estamos a mentir. As três situções já previstas são as mais lógicas”. Por outro lado, lembra a propósito, “quando se pretende fazer o registo do código genético de todos os portugueses” há que ter em conta que “quando um espermatozóide encontra um óvulo, ao fim de 3 a 4 horas está feito o código genético do indivíduo que o vai acompanhar durante toda a vida”, ou seja, “já existe vida, desde o início” explicou França Gomes com base na ciência médica. A defesa da vida foi ainda feita por outro médico, Gil Silva, também membro da Plataforma Não Obrigada, para quem o “aborto não é meio anticoncepcional; além disso, dados oficiais na maioria dos países onde há liberalização mostram que o número de abortos aumentou.” Por seu lado, Rita Vasconcelos, professora universitária e responsável por uma associação de solidariedade social de apoio a mulheres grávidas, que fundou com outras pessoas a seguir ao referendo de 1998, afirmou que a grande percentagem das mulheres que precisam de ajuda são mulheres que optaram por não abortar e de mulheres que abortaram mas não queriam. Acho que prioritariamente temos que ajudar a maioria que sofre situações dolorosas e nada comparáveis à cadeia”. Neste último dia de campanha, a Plataforma Não Obrigada vai distribuir mensagens no centro da cidade do Funchal.