Bispos cubanos pedem a libertação de dissidentes políticos

Em um documento de 14 páginas intitulado “A presença social da Igreja”, os bispos cubanos lançaram um apelo à reconciliação na ilha e pediram a libertação de 75 dissidentes que estão a cumprir longas penas de prisão. O texto, emitido cinco anos depois da visita do Papa João Paulo II a Cuba, é assinado pelos 13 bispos cubanos e foi entregue à Nunciatura Apostólica. Na mensagem os prelados afirmam que “é preocupante constatar que, actualmente, tudo o que no pensamento e nas acções não coincida com a ideologia oficial, se considere carente de legalidade e é desqualificado e combatido sem levar em conta a verdade e a bondade que possam ter”. Os bispos referem-se ao décimo aniversário da Carta Pastoral “O Amor tudo Espera”, que foi assinada pelos “em momentos críticos” do país com a vontade de “encontrar causas e elementos de solução”, mas que foi atacado pela imprensa oficial. Acusando o regime de Fidel Castro de um “franco retrocesso na abertura da economia à justa aspiração do povo em pequenos negócios e trabalhos particulares”, os bispos acrescentaram que, por isso, “a Igreja não pode ser neutra diante da falta de liberdade do homem ou se não houver a participação política dos cidadãos segundo as opções pessoais de cada um”. O documento ressalta que a missão da Igreja “não é competir com o Estado, opor-se ao governo ou aliar-se a ele”, e critica o Departamento para os Assuntos Religiosos do PC cubano pois “limita a acção evangelizadora” em lugar de possibilitar a revisão e solução de assuntos de interesse comum. Após reafirmar o seu compromisso com a reconciliação, os prelados anunciaram que se propuseram a “desenvolver uma pastoral da reconciliação destinada a curar as feridas históricas que há no nosso povo”. O comunicado foi assinado em Havana a 8 de Setembro, Festividade da Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba.

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