Cristã pode ser executada no Paquistão

Uma mulher cristã foi presa no Paquistão, acusada de ter insultado o profeta Maomé, um crime para o qual a lei do país prevê duras duras penas, incluindo a condenação à morte. Segundo a agência AsiaNews, Martha Bibi foi acusada após uma discussão com alguns homens que deviam dinheiro ao seu marido e se recusavam a pagar. Perante a insistência da mulher, os homens começaram a bater-lhe. Na mesma noite, o imaã da mesquita local (localidade de Kot Nanak Singg, no distrito de Kasur) acusou Martha de ter proferido palavras blasfemas contra Maomé, de ter violado o seu nome e ter incitado alguns muçulmanos a atacar os cristãos. Martha e a sua família fugiram da região, onde residem 500 famílias muçulmanas e apenas 12 cristãs, e tentaram esconder-se, em vão. O Paquistão é uma república islâmica e o Islão é a religião de Estado. Os cristãos, embora não sejam perseguidos, são frequentemente vítimas do aparelho judicial e são torturados e presos com o pretexto de terem violado o artigo 295º do Código Penal relativo ao crime de blasfémia (os outros artigos do Código Penal inerentes a este crime são os artigos 296º, 297º e 298º) aplicável contra quem vilipendiar o Islão ou insultar Maomé. A norma é usada para vinganças de adversários políticos ou inimigos pessoais, por parte de muçulmanos integristas, ou para vinganças privadas. O presidente da Conferência Episcopal do Paquistão, D. Lawrence John Saldanha, considera que “a lei da blasfémia é como uma espada de Démocles, e quando se regista um caso, os extremistas religiosos frequentemente castigam o acusado antes de que seja demonstrada a sua culpa”. Segundo este responsável, a discriminação e a pobreza são realidades que marcam o dia-a-dia dos cristãos no país. “Pobres, isolados e discriminados”, mas “firmes na fé”: este é o retrato dos cristãos paquistaneses traçado pelo Arcebispo de Lahore. Dos 165 milhões de habitantes do Paquistão, 97% são muçulmanos (sunitas na sua maioria). Os cristãos representam 2,5% da população e 1,2 milhões de pessoas são católicas. D. Lawrence Saldanha explica que devido aos conflitos políticos no Médio Oriente “os cristãos são identificados com o Ocidente, o que leva a ataques contra as nossas igrejas e instituições”. Responsáveis pela discriminação, sobretudo contra a mulheres e as minorias religiosas, são “o extremismo religioso, e mais especificamente as ordens Hudud” [inspiradas no Alcorão, sancionando os comportamentos considerados incompatíveis com o Islão, ndr]. (Com Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre)

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