D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas e de Segurança, assegura que a grande lição do 11 de Setemrbo de 2001 é que “a luta contra o terrorismo faz-se semeando a radicalidade evangélica e não as armas.” O bispo não alinha em explicações fáceis para o fenómeno dos ataques terroristas e mostra-se convicto de que “enquanto houver populações sem água potável, sem alimentos, sem casa, sem direitos fundamentais, corremos o risco de que as populações se revoltem.” “É a fundamental falta de justiça neste mundo e não uma qualquer perturbação psicopática que está na base de muitos gestos terroristas. Os países que se dizem empenhados na luta contra o terrorismo não o podem fazer semeando guerras e armas, mas semeando os frutos da radicalidade evangélica, que são frutos de justiça”, alerta. Segundo este responsável da Igreja Católica os dois anos que se seguiram aos atentados de Nova Iorque serviram, sobretudo, “para que o mundo se habituasse a ouvir comentadores, fazedores de opinião que muitas vezes se digladiam sobre a geopolítica mundial sem chegar a um consenso e ignoram os verdadeiros dramas do mundo”. “Acontecimentos como os mais recente no Iraque, em Bali, nas Filipinas, fazem-nos pensar que a lição do 11 de Setembro não foi aprendida”, lamenta.
