Colóquio sobre Serviço Social na Universidade Católica Portuguesa Assinalando os dez anos da licenciatura de Serviço Social na Universidade Católica Portuguesa (UCP), esta instituição organizou o colóquio subordinado ao tema Serviço Social e Acção Social da Igreja. “O objectivo primeiro é proporcionar reflexão sobre um tema tão aglutinador como este”, refere à Agência ECCLESIA, a coordenadora da área científica de serviço social e sociologia, Isabel Guerra. A UCP, desde o seu início, manifesta a preocupação de intervenção na sociedade, e “nós temos uma responsabilidade quer como técnicos de serviço social, quer como universidade que gera conhecimento e por isso devemos também capacitar as pessoas para uma intervenção social”, manifesta a coordenadora. Os presentes na sessão de abertura do colóquio evidenciam a importância e a transversalidade que o tema da acção social é alvo. “O mundo actual precisa cada vez mais de reflexão e intervenção a nível social, pois o desenvolvimento económico não dá necessariamente coesão social”, afirma Isabel Guerra. Esta discussão esteve em análise da parte da manhã do colóquio, que contou com o contributo de Manuela Silva, Presidente da Comissão nacional Justiça e Paz. As transformações que ocorrem nas sociedades actuais, nomeadamente a globalização ou o ciber espaço, “resultam em novas formas de entender o mundo que e que ganham consequências visíveis numa desigualdade crescente, na exclusão social, na insegurança no trabalho, no mundo menos seguro, citando apenas alguns”, aponta Manuela Silva. E continua afirmando que a humanidade nunca dispôs como agora, de recursos reais e potenciais para acabar com a pobreza. “Mas isso não está a acontecer. O desafio é esse”, indica. A economia está “ao serviço da sociedade e a política pode ser o espaço de discussão sobre qualidade de vida”. “Os cristãos têm aqui um papel fundamental, pois estão bem posicionados para essa intervenção”, sublinha a presidente da CNJP. A Doutrina Social da Igreja deve ser “redescoberta”, pela sociedade civil onde os cristãos se incluem e devem participar. Também D. José Policarpo referiu que a sociedade civil tem “muitas expressões de solidariedade, caso do voluntariado”, mas ao mesmo tempo é capaz de manifestações “de egoísmo e violência”. Na presença do Ministro do Trabalho e da Segurança Social, também presente na sessão de abertura, o Cardeal Patriarca de Lisboa apontou que “as parcerias entre as instituições da Igreja e o Estado é o caminho para Portugal”, porque respeitam a pluralidade, a diferença, proporcionam “discussão pública e gerando assim maior solidariedade”. José Vieira da Silva, por sua vez sublinhou, que a acção social tem vindo a afirmar-se em Portugal e são o Estado e as instituições da Igreja “os principais actores nesta cooperação social”. Indicou igualmente que existe ainda espaço para se desenvolver e melhorar as políticas sociais “que devem ser bem orientadas e que não podem desvalorizar o trabalho voluntário”.