Comunicado Final

Fórum «Risco de Educar» Comunicado Final Na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, com a participação de mais de 500 educadores de escolas de todo o país, realizou-se o Fórum «Risco de Educar», nos dias 27 e 28 de Janeiro. A partir das reflexões, debates e comentários sobre a rápida mutação cultural e social, as responsabilidades educativas da família, o direito e dever de intervenção da Igreja no campo educativo – como uma das expressões da sua missão -, nomeadamente através da Escola Católica, os participantes convergiram nas seguintes conclusões: 1) – Os sinais emergentes de mutação social, que afectam sobremaneira os jovens, tornam-se apelo a correr riscos, os que forem necessários, para salvaguardar, em Cristo, o Homem perfeito e Aquele que dá a vida, a liberdade – o valor dos valores -, e a construção da «civilização do amor». 2) – Uma perspectiva cultural, tendente a descaracterizar e marginalizar a família, fragiliza o crescimento das pessoas como seres em relação e favorece o pulular do individualismo narcisista. Este clima provoca-nos para o risco do amor educativo, capaz de oferecer ao outro a percepção: «Sou amado, logo existo». 3) – Num tempo em que a comunicação de conhecimentos, numa vasta área de matérias, pode sobrepor-se às exigências educativas, é preciso investir numa síntese harmónica entre educação e aprendizagem. A excelência e a própria equidade da educação não se esgotam apenas em elevadas competências científicas e técnicas. Exigem a aquisição de uma perspectiva humanista integral. 4) – “Não é função do Estado ser educador. É sua função apoiar as instituições válidas de educação, definir-lhes parâmetros de qualidade, porventura definir-lhes linhas programáticas dos conhecimentos a transmitir”. É inadiável dar passos firmes no sentido de concretizar a autonomia das escolas, promover a liberdade de aprender e de ensinar, e as iniciativas da sociedade civil que a concretizem. 5) – Dado que a Escola Católica é uma forma especial de presença da Igreja no vasto campo da Educação, ela deve afirmar-se pela fidelidade à sua missão evangelizadora, por uma atenção dialogante e cooperante com todas as escolas, por uma envolvência de todos os intervenientes da comunidade educativa, em ordem a ser um verdadeiro laboratório cultural matriz cristã. 6) – Toda esta problemática estimula as escolas católicas a uma atitude permanente de auto-avaliação, com vista ao cultivo da sua identidade própria e ao serviço da excelência educativa. 7) – Finalmente, reconhecemos a necessidade de provocar um debate, que envolva a sociedade civil, e conduza à tomada de consciência e ao compromisso de se assumir a educação como tarefa de todos. Lisboa, 28 de Janeiro de 2007

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