Uma multidão de 80 mil pessoas saiu às ruas da localidade de Chattisgarh, Estado da Índia oriental, para defender os missionários católicos das acusações do governo local. O Bharatya Janata Party, maior partido nacionalista indiana, tem as comunidades religiosas debaixo de fogo com 262 denúncias de “uso ilegítimo de terras”, que considera terem sido roubadas às tribos. O Governo de Chattisgarh afirma que os missionários tiraram as terras às pessoas e os forçaram a converter-se ao catolicismo, querendo obrigar a Igreja a devolver os terrenos. Os manifestantes defenderam os missionários e acusaram os governantes de quererem “manipular” a lei. Em declarações à Agência missionária AsiaNews, um dos manifestantes explica que as terras em que agora se encontram as instituições católicas “não foram roubadas, mas vendidas de forma legal pelos nossos líderes”. A Igreja, acrescenta, usa estes espaços para “ajudar-nos”. Nos terrenos, de facto, surgem hospitais e escolas que ajudam a população em necessidade. “Estamos felizes com a presença dos missionários”, referiu Tarcitius Toppo, na manifestação que decorreu esta semana. As religiosas da Santa Cruz foram condenadas, em tribunal, a restituir os terrenos em que construíram um mosteiro e uma escola. O juiz invocou um artigo – 170 (b) – da lei do Estado, que veta aos que não são membros das tribos locais a aquisição de terras habitadas pela população rural. Tarcitius Toppo assegura que ninguém, entre a população, pediu as terras de volta ou considera que as mesmas tenham sido “roubadas”. As forças políticas e o sistema jurídico da Índia têm vindo a reforçar o poder do fundamentalismo hindu que atropela constantemente as minorias étnicas e religiosas, negando-lhes direitos constitucionais e ameaçando a sua existência. Sobretudo os cristãos, mas também os muçulmanos, são vistos pelos extremistas como uma ameaça ao sistema das castas que, apesar de proibido pela lei, sobrevive e prospera. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre