Papa saúda esforços em favor da unidade dos cristãos

Bento XVI fala de 2006 como um ano de sucesso para o caminho ecuménico e promete manter-se na linha da frente Bento XVI sublinhou hoje os esforços levados a cabo durante o ano de 2006 para procurar a unidade de todos os cristãos, renovando o seu compromisso de prosseguir na linha da frente do trabalho ecuménico. Na audiência geral desta manhã, o Papa aludiu aos vários encontros que manteve, ao longo do ano passado, com líderes de outras Igrejas cristãs, e prometeu tirar “todas as consequências” da sua recente visita a Istambul, onde reuniu com o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I. Em plena semana de oração pela unidade dos cristãos, Bento XVI fez questão de lembrar que “o ecumenismo é um processo lento e um caminho escarpado”, no qual vão surgindo “vastos espaços de alegria, que permitem, de tempos a tempo, respirar a plenos pulmões o ar puro da plena comunhão”. Para o Papa, é preciso “persistir nos esforços para continuar neste caminho lento, mas importante”. Entre os vários encontros ecuménicos realizados no ano passado, contam-se as visitas ao Vaticano da Aliança Mundial das Igrejas Reformadas, do Primaz da Igreja Anglicana e do Arcebispo Ortodoxo de Atenas, Christodoulos, esta com a particularidade de ter sido a primeira em quase mil anos. Estes e outros momentos foram considerados por Bento XVI como um sinal da necessidade de “não retroceder e intensificar esforços, trabalhando com confiança”. Num olhar sobre o caminho percorrido desde o Concílio Vaticano II, o Papa disse que “surpreende a forma como o Senhor nos despertou do torpor da auto-suficiência, nos tornou capazes de nos escutarmos uns aos outros e destravou as nossas línguas para que possamos convencer o mundo todo”. “Restabelecer a união plena cabe a toda a Igreja, tanto aos fiéis quanto aos pastores, cada um segundo as suas próprias possibilidades, na vida quotidiana e nos estudos”, observou. Bento XVI alertou que o caminho pode ser, por vezes, “desanimador, quando caímos na tentação de sentir e não escutar, de falar sem convicção, porque nem sempre é fácil abandonar o conforto”. O Papa pediu aos cristãos das várias confissões que rezem juntos, porque “pela oração eles dão-se conta das dificuldades causadas pelas suas diferenças e pelas interpretações dissonantes da fé e da doutrina, sentindo-se impelidos a ultrapassá-las”. O encerramento da semana de oração será marcado, em Roma, por uma celebração ecuménica na Basílica de São Paulo fora de muros, presidida pelo Papa e com a presença de representantes das Igrejas e Comunidades eclesiais cristãs da capital italiana. Já ontem, o Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos (CPPUC), tinha classificado 2006 como um ano de sucesso para o ecumenismo. Relativamente às relações com a Igreja Ortodoxa da Rússia, o Cardeal Kasper disse que as mesmas têm “melhorado” e que está a ter lugar “uma colaboração cada vez mais estreita, inclusive através dos Dicastérios da Cúria Romana”. Quanto a um possível encontro entre o Papa e Alexis II, o presidente do CPPUC disse que “o tempo ainda não está maduro” e que, de momento, não há nada de concreto. O Cardeal Kasper rejeitou, por outro lado, as críticas que apontam um “desinteresse” da Igreja Católica em relação ao diálogo com as Igrejas da Reforma, considerando que essa é uma observação “sem fundamento”.

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