Versão mais antiga do Pai Nosso no Vaticano

Os Papiros Bodmer XIV-XV, que contêm a versão manuscrita mais antiga do Pai Nosso, passaram a ser património da Santa Sé. Os Papiros (datados entre 175 e 225) foram doados ao Papa na passada segunda-feira pelo norte-americano Frank J. Hanna e a sua família. O documento contém cerca da metade dos Evangelhos de Lucas e de João. Foi escrito no Egipto e, talvez, utilizado como livro litúrgico, explicou o Cardeal Jean-Louis Tauran, Arquivista e Bibliotecário do Vaticano, durante uma audiência com Bento XVI. Os manuscritos pertenciam antes à Fundação Bodmer de Cologny, nos arredores de Genebra (Suíça) e serão agora guardados na Biblioteca Apostólica Vaticana. “A Biblioteca do Papa possui o mais antigo testemunho do Evangelho de Lucas e um dos mais antigos do Evangelho de João”, acrescentou o Cardeal Tauran. Os papiros Bodmer (P75) contêm um total de 144 páginas e constituem o manuscrito mais antigo que mantém os textos de dois Evangelhos unidos. “Quase de certeza estaria destinado a uma pequena comunidade, uma ‘paróquia’ egípcia de língua grega que, como é habitual em todas as liturgias cristãs, lia o Evangelho durante a celebração eucarística”, explica o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, na sua edição de hoje. O facto de os Evangelhos de Lucas e João estarem unidos num mesmo papiro, como acontece neste caso, é visto pelos especialistas como uma demonstração de que, para as primeiras comunidades cristãs, os Evangelhos formavam uma unidade. O documento coincide com o “Codex Vaticanus”, uma das edições mais antigas da Bíblia, do século IV. Os Papiros Bodmer 14 e 15 demonstram, portanto, que as versões mais antigas do Novo Testamento correspondem aos Evangelhos que, séculos antes, circulavam entre as comunidades cristãs. (Com Agência Zenit e ACI)

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