Igreja/Saúde: Papa valorizou a «terapia da memória» e capacidade de «sentir compaixão» no ambiente hospitalar

Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma, anunciou envio de remédios para o Líbano, Síria e Sudão

Foto Vatican Media

Roma, 05 out 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco presidiu hoje a uma Missa para assinalar o 60º aniversário da Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica do Sagrado Coração, na Policlínica Agostino Gemelli, em Roma, e apelou à capacidade de “sentir compaixão”.

“Estamos a perder a capacidade de nos comovermos e de sentir compaixão, porque estamos a perder este retorno ao coração, à memória. Sem memória perdemos as nossas raízes e, sem raízes, não crescemos”, disse o Papa na homilia enviada à Agência ECCLESIA.

Sobre o funcionamento da memória, Francisco explicou que as pessoas recordam-se “de alguém ou algo quando toca o coração, quando está ligado a um determinado afeto ou falta de afeto”.

“O Coração de Jesus cura a nossa memória porque a traz de volta ao afeto de origem. Ele a enraíza sobre a base mais sólida. Isso nos lembra que, aconteça o que acontecer connosco na vida, nós somos amados”, assinalou.

Segundo Francisco “é bom” as pessoas alimentarem-se da memória daqueles que as “amaram, cuidaram” e encorajaram, tendo renovado o seu “obrigado” pelos “cuidados e afetos” que recebeu na Policlínica Agostino Gemelli, em julho, quando realizou uma intervenção cirúrgica.

O Papa assinalou que as pessoas podem cultivar entre si “a arte da recordação, valorizando os rostos” com quem se encontraram, e, “é bom, à noite, rever os rostos, os sorrisos, as boas palavras”.

“São recordações de amor e ajudam nossa memória a reencontrar-se. Como essas recordações são importantes nos hospitais! Elas podem dar sentido ao dia de um doente. Uma palavra fraterna, um sorriso, uma carícia no rosto: são recordações que curam por dentro, fazem bem ao coração. Não esqueçamos a terapia da recordação”, desenvolveu.

Foto Vatican Media

Sobre a palavra ‘paixão’, Francisco afirmou que o Coração de Cristo não é “uma devoção piedosa para sentir um pouco de calor interior”, mas “um coração apaixonado, ferido de amor, dilacerado na cruz”.

Na Missa do 60º aniversário da Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma, Francisco afirmou que devem “ser apaixonados pelo homem, por todo homem”, sobretudo aqueles que vivem a condição “na qual o Coração de Jesus se manifestou”.

“Dor, abandono, descarte. Porque o Coração de Deus dilacerado é eloquente. Fala sem palavras, porque é misericórdia em seu estado puro, amor que é ferido e dá vida. É Deus”, explicou.

Do ‘conforto’, Francisco realçou que indica “uma força” que vem daqueles que estão com cada um: “Jesus, o Deus connosco, dá-nos esta força, seu Coração nos dá coragem nas adversidades”.

No âmbito da visita do Papa, a Universidade Católica do Sagrado Coração, em Roma, anunciou a doação de remédios essenciais para centros de saúde no Líbano, na Síria e no Sudão, através da Esmolaria Apostólica.

CB/PR

 

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Agência ECCLESIA

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