Apresentações, esclarecimentos e recolha de assinaturas são passos da pré campanha “Recuso-me a aceitar que recuemos civilizacionalmente, restabelecendo uma variante da pena de morte, de que nos orgulhamos de ter sido dos primeiros a abolir”. Palavras de José Aguiar Branco, ontem na apresentação pública do Movimento Norte pela Vida, um grupo de cidadãos da região Norte que acreditam que o aborto livre não é a solução e que cabe à sociedade e ao Estado criarem condições de promoção de vida. “Decidimos assim reunir-nos com vista ao esclarecimento da população, à divulgação de uma cultura de solidariedade e vida, ao exercício do voto consciente e responsável, que diz Não à pergunta que é colocada no referendo”, conforme se pode ler na apresentação do Movimento. A necessidade de ter lutar contra o pessimismo ou a futilidade e a desvalorização do ideológico, foram argumentos apresentados pelo ex ministro da Justiça, que sublinhou “a responsabilidade pela sustentação dos alicerces de uma sociedade que preserve como o primeiro dos seus valores o direito à vida”. “Ceder na permissão da livre cessação da gravidez é aceitar que nós somos incapazes de criar as condições para a sobrevivência como espécie da dignidade humana”, refere, apontando que o movimento Norte pela Vida “não está contra ninguém, não descrimina ninguém”, sendo a favor da mulher, do homem, da criança, “da vida”. Matilde de Sousa Franco, deputada independente do PS, chamou a atenção para a necessidade de adopção de medidas pró natalidade para combater “a bomba-relógio demográfica que está prestes a explodir”, conforme reconheceu a Comissão Europeia. Movimentação a Norte Bragança está também empenhada no esclarecimento dos cidadãos até ao dia 11 de Fevereiro. Nasceu um movimento a favor do “Não” intitulado “Nordeste pela Vida”, que se encontra em recolha de assinaturas para até ao dia 12 de Janeiro, formalizarem o Movimento junto da Comissão Nacional de Eleições e assim fazer campanha. O Movimento, com ligação à Associação Famílias, afirma que são muitas as razões para tomar parte neste processo, sendo o primeiro deles a luta pela vida, justificando que é uma falácia falar-se em interrupção de gravidez, já que não é possível interromper uma vida como se “se tratasse de ligar ou desligar uma lâmpada”. A Norte nasce também o Movimento “Minho pela Vida”, um grupo cívico que integra como mandatários personalidades como Antigo Reitor da Universidade do Minho, Lúcio Craveiro da Silva, a Presidente da Escola de Enfermagem da Universidade do Minho, Beatriz Rodrigues Araújo, o Presidente da Associação de Famílias, Carlos Aguiar Gomes, entre outras individualidades das mais variadas áreas. Em www.minhocomvida.org encontram-se razões “para escolher a vida”, porque pretendem impedir que as mulheres possam sofrer danos físicos e psíquicos irreversíveis, pretendem o apoio à maternidade e o planeamento familiar responsável, impedir que o Estado aplique os impostos no financiamento do aborto Incentivar a intervenção de instituições de apoio às mulheres grávidas, promover a igualdade do pai e da mãe na decisão sobre a continuação da gravidez, resistir à desresponsabilização da sociedade perante a maternidade, por isso respondem “Não, vive-se bem no Minho”.