A decisão do governo italiano de pedir à presidência de turno do Conselho de Segurança da ONU o reinício do debate pela moratória da pena de morte agradou ao Vaticano. “É uma notícia que de verdade causa prazer”, disse o Cardeal Giovanni Cheli, observador permanente do Vaticano na ONU nos anos 80, e presidente emérito do Conselho Pontifício para os Migrantes e Itinerantes A intenção da Itália é conquistar o apoio dos 85 Estados-membros que já se pronunciaram contra a pena capital numa declaração divulgada em Dezembro passado. O embaixador italiano na ONU, Marcello Spatafora, já comunicou ao Conselho de Segurança, do qual a Itália passa a fazer parte como membro não-permanente nos próximos dois anos, que pretende retomar este assunto polémico. O recém-empossado secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, desencadeou uma controvérsia sobre a pena de morte, ao declarar – em referência à recente execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein – que a adopção da pena de morte é da responsabilidade de cada país. Isso implica que a ONU, como organização, não tenha uma posição sobre a questão. A agência italiana ANSA cita fontes diplomáticas, as quais expressaram uma opinião favorável à iniciativa da Itália, apoiada pela União Europeia.