As populações cristãs são um alvo contínuo do terror que tomou conta do país e a fuga para o estrangeiro é uma solução cada vez mais procurada. A violência, o aumento de assassinatos, raptos e episódios de violência contra as comunidades cristãs iraquianas faz com que a presença cristã na Mesopotâmia, que remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, esteja em risco de desaparecer. O terror que todos os dias flagela o Iraque provocou um êxodo maciço das famílias cristãs do Iraque para os países vizinhos, principalmente para a Síria e a Jordânia. O número de pessoas que saíram do país poderia chegar a um milhão, às quais é preciso acrescentar todos os que fugiram para o Norte e se refugiaram no Curdistão iraquiano e em Nínive. D. Andraos Abouna, Bispo auxiliar de Bagdad, falou à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) sobre o trabalho que os líderes eclesiais estão a realizar para acolher os milhares de cristãos que procuraram refúgio na Síria. Estas pessoas foram particularmente recordadas pelo Papa no passado dia 17 de Dezembro, com Bento XVI a referir a “dramática situação que estão a viver”, lançando um apelo para que as organizações internacionais e os governos “respondam às suas necessidades mais urgentes”. “Esta gente precisa urgentemente de ajuda, e nós fazemos tudo o que podemos. Estamos muito agradecidos a Ajuda à Igreja que Sofre pela sua contribuição”, referiu D. Abouna. A AIS enviou uma ajuda de emergência para estes cristãos, que estão desesperados por fugir do conflito religioso e da extrema pobreza no Iraque. A Fundação está também a colaborar com o bispo de Alepo, D. Antoine Audo, líder dos cristãos caldeus na Síria, o qual lançou um programa de ajuda humanitária para os refugiados, que é desenvolvido principalmente em Damasco. O projecto inclui pacotes de alimentos e financiamento a intervenções cirúrgicas urgentes. Os refugiados na Síria informaram que os cristãos iraquianos recebem ameaças de morte e que as mulheres são obrigadas a usar o véu, segundo a lei islâmica. O encerramento forçado de 12 igrejas, conventos e outros edifícios eclesiais no bairro de Al Dora, na capital iraquiana, representou mais um sinal claro desta “limpeza étnica”, particularmente significativa naquele que era conhecido como o «Vaticano do Iraque».