O Núncio Apostólico em Bagdad, D. Francis Assisi Chullikatt, refere numa entrevista à Radio Vaticano que a Igreja sempre defendeu a vida. Isto numa altura em que o primeiro ministro iraquiano afirma que a sentença não será revista e ninguém se poderá opor à execução da sentença que condenou à morte o ex presidente iraquiano. Alguns bispos iraquianos recordam a sacralidade que é a vida humana. O Núncio Apostólico em Bagdad, partilhou as preocupações que Bento XVI tem sobre a situação no Iraque e sobre o que a Igreja enfrenta naquele país, fazendo menção do discurso do Papa na sua mensagem de Natal. “O Papa toca num ponto muito importante, na sua mensagem a todos os católicos – o exodo silêncioso dos cristãos da Palestina, mas especialmente do Iraque, apontando para que cerca de 40% dos que emigram sejam cristãos. E esta questão preocupa muito o Papa”, referiu o Núncio Apostólico, “mas também a Igreja local”, que está a desenvolver trabalho no sentido de convencer os cristãos a permanecerem e a darem testemunho, para que a Igreja possa ter uma presença viva no Iraque. “Actualmente não é fácil exercer a liberdade religiosa que está garantida na Constituição”, afirmou. O Núncio aponta para uma reafirmação na nova constituição, da liberdade religiosa, “de um modo mais claro”, sublinhando que a Igreja “fará tudo o que lhe for possivel”. E acrescentou “que esta liberdade se deve discutir a nível nacional porque os direitos das minorias são respeitados e reconhecidos a esse nível”. O Núncio finaliza afirmando que não acredita que a retirada das tropas do Iraque trarão frutos imediatos para o governo. “Esta retirada deve ser estabelecida com o governo iraquiano”, referiu.