Lisboa, 06 Out 2021 (Ecclesia) – O poeta Fernando Echevarría faleceu esta segunda-feira, no Porto, tinha 92 anos e foi a primeira personalidade distinguida com o Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes (2005), atribuido pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
Autor de «Uso de penumbra», «Lugar de estudo» e «Obra inacabada», o poeta que se encontrava internado nasceu a 26 de fevereiro de 1929 em Cabezón de la Sal, na comunidade autónoma de Cantábria, no norte de Espanha, filho de pai português e mãe espanhola.
“As coordenadas decisivas da poesia de Fernando Echevarría estão definidas logo no título de alguns dos seus livros, como «Introdução à Filosofia» ou «Fenomenologia»: era um poeta do pensamento, do estudo, do conhecimento, do recolhimento, com grande abertura ao enigmático e ao metafísico”, lê-se num comunicado da Presidência da República.
Depois de passar a infância e juventude entre os dois países, viu publicado o seu primeiro livro, «Entre dois anjos», em 1956.
Com a partida, cinco anos depois, para Paris, deu início a mais de duas décadas de vida no estrangeiro, sobretudo em França, mas também com passagem pela Argélia. No período pré-25 de Abril esteve ligado a organizações oposicionistas, do Movimento de Ação Revolucionária à Frente Patriótica de Libertação Nacional.
Após a Revolução dos Cravos, Fernando Echevarría permaneceu em França, ligado ao ensino, retornando a Portugal, e à cidade do Porto, no final da década de 80.
Entre os diversos galardões obtidos, destaca-se o Prémio de Poesia do Pen Club, alcançado por duas vezes: em 1982 por “Introdução à filosofia”, e em 99 com “Geórgicas”.
Também foi dupla a vitória no Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores.
Em 2015 foi a vez de receber o Prémio Casino Literário da Póvoa, do festival Correntes d”Escritas, com a obra “Categorias e outras paisagens”.
LFS