Natal no Iraque sob a ameaça do fundamentalismo islâmico

As comunidades cristãs no Iraque vão viver o próximo Natal sob a ameaça do fundamentalismo islâmico, em especial nas localidades em que se começa a querer impor a sharia. As tentativas de impor a lei islâmica são mais fortes em Mossul, no Norte do Iraque, indica a agência AsiaNews, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras. Aqui, os cristãos são confrontados com ameaças e actos de violência, com “políticas de verdadeira perseguição” por parte dos extremistas sunitas. A aproximação do Natal é vivida pelos fiéis como numa “prisão”, dentro das suas próprias casas, por causa dos riscos de rapto e assassinato. Neste contexto, o principal líder católico no país, Patriarca Emmanuel Delly, convocou dois dias de jejum para “pedir a Deus a paz, segurança e estabilidade para o Iraque”. A iniciativa tem lugar a 18 e 19 de Dezembro, estendendo-se o convite do Patriarcado da Babilónia a todos os fiéis caldeus do mundo. O Bispo auxiliar de Bagdad, D. Shlemon Warduni, revela à agência SIR que as celebrações do Natal ainda não estão programadas. “Não organizámos nada porque aqui é preciso viver momento a momento: os carros armadilhados, a violência, os sequestros e as ameaças impedem-nos de nos movimentarmos e de programar seja o que for”, lamenta. Segundo este responsável, nos últimos seis meses foram raptados seis membros do clero católico, dois dos quais acabaram por ser assassinados. A celebração do Natal será, portanto, marcada pelo medo.

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