O Embaixador do Iraque no Vaticano reconheceu um aumento da violência no país e pede ajuda internacional para estabilizar a situação. “Estamos muito preocupados acerca do aumento do número de mortes de civis”, manifestou Albert Yelda. A implementação da democracia e estabilidade “é um longo processo” onde são necessárias “forças multinacionais” na ajuda, acrescentando que “eles estão a fazer um trabalho excelente”. Yelda admitiu que a limpeza étnica está a tomar conta do Iraque. “Cristãos temem pelas suas vidas assim como outras minorias que se encontram envolvidas nesta política”. Os elementos de instabilidade são “pessoas que perderam a sua influência e os seu chão quando Saddam Hussein foi derrubado pelos EUA na invasão de 2003. “O regime de Saddam Hussein continua activo, talvez agora se esconda atrás de dimensões religiosos”, traduzindo-se em violência, mortes e ameaças agora baseadas em divisões religiosas em vez dos desejos de um ditador. “É muito importante para nós” que um programa nacional de reconciliação se concretize e que todas as facções e partidos “se tornem partes neste processo político”, afirmou o embaixador. Yelda acrescentou ainda que a desordem interna durante o conflito causou a desestruturação de pelo menos 2500 famílias nas cerca de 13 das 18 províncias do Iraque. “Durante os 35 anos do regime de Saddam, quatro milhões de iraquianos fugiram do Iraque. Agora a instabilidade e a guerra são causadoras de assassinatos que acontecem 24 horas por dia, manifestando desordem e causando tanto mal como anteriormente, numa tentativa de voltarem ao poder”, que acredita que a força militar não é a causa da violência no Iraque. “Certamente ninguém no Iraque gostaria de ver o seu país ocupado por uma força estrangeira e eu acredito que muitos erros foram cometidos aquando a liberalização”, acrescentou. Também dois Bispos caldeus com sede nos EUA manifestaram a sua visão da situação. “O País inteiro está com problemas. Muçulmanos, Cristãos, Curdos” afirmou o D. N. Ibrahim, originário de Detroit, que confirmou que os cristãos iraquianos estão a abandonar as suas casas e bairros para o Curdistão, nas províncias do Norte do Iraque. “Eles não podem sair do País pois não têm os meios para viajar para os países vizinhos”, afirmou o Bispo que acusa o governo americano da situação uma vez que são eles “os responsáveis pela segurança, pela a construção e reforma”. Baseando-se nas leis internacionais, o Bispo Ibrahim acrescenta que “o país que ocupa responsabiliza-se pelo país ocupado. Os iraquianos estão incapacitados de tomar uma decisão por eles, pois não estão livres para assim proceder. Têm antes de ter a aprovação dos americanos. O que significa isto? Que os americanos têm sempre uma palavra a dar em todas as decisões”, referiu. Também D. Sarhad Y. Jammo, do Estado da Califórnia manifestou a tragédia e a dor que esta situação causa. “Os cristãos iraquianos não têm condições de sobrevivência, em Bagdad ou noutras cidades. Não podem ir trabalhar ou ir à escola. Estão ameaçados nos seus próprios bairros, nas suas casas”, lamentou. “São raptados, mortos vítimas da imposição do Islão. São ameaçados com execuções e tortura caso não aceitem, tendo mesmo de pagar taxas por serem cristãos”, acrescentou , refrindo não ter visto “nenhum sucesso depois da queda do regime. Não sei se o plano era inadequado ou simplesmente mal concebido”.