Coordenador da PAR apela à «adesão dos portugueses» à campanha de sensibilização e de angariação de fundos que vai apoiar os deslocados internos
Lisboa, 09 set 2021 (Ecclesia) – A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) apela à solidariedade para ajudar os refugiados em Cabo Delgado (Moçambique) e lançou quatro ‘packs Anti-Experiência’ – medo, dor, fome e exílio -, que estão disponíveis online e nas lojas FNAC.
“O objetivo é sobretudo ajudar as crianças e a população mais vulnerável de Cabo Delegado, apoiando a Cáritas, a Unicef e também o Serviço Jesuíta aos Refugiados”, disse o coordenador da PAR, em declarações à Agência ECCLESIA.
“Apelo para que haja adesão dos portugueses a essa campanha para estas pessoas”, acrescentou André Costa Jorge.
A Plataforma de Apoio aos Refugiados, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, afirma que “também a Fome, a Sede, o Medo ou a Violação podem ser consideradas experiências”, como os “tratamentos de beleza, shots de adrenalina, jantares à luz das velas, aventuras e descobertas de recordação eterna” mas o que separa um grupo do outro “é a vontade de as viver”.
A organização explica que os ‘packs Anti-Experiência’ – medo, dor, fome e exílio – são uma oportunidade para todos poderem ajudar quem vive em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Os ‘packs Anti-Experiência’ já estão à venda nas lojas FNAC, que se junta “no apoio aos refugiados de Cabo Delgado”, e no sítio online deste projeto e em cada um há “histórias reais” de pessoas que estão em Moçambique.
A organização da sociedade civil, em parceria com o Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), a UNICEF e a Cáritas, procura “sensibilizar” a sociedade para o apoio de que precisam as “vítimas dos constantes ataques terroristas” em Cabo Delgado.
“Pagar por uma experiência que não se quer viver? Chama-se ajudar”, salienta a PAR, adiantando que os resultados desta iniciativa de angariação de fundos vão servir para “garantir ajuda humanitária” a quem foge do perigo “a que as suas vidas são expostas diariamente”.
A Plataforma de Apoio aos Refugiados salienta que existem “mais de 800.000 deslocados internos” em Pemba e arredores, mas também na província de Nampula, e “mais de 1,3 milhões de pessoas foram afetadas pela violência” nesta província no norte de Moçambique.
Neste contexto, adianta que do “conflito” em Cabo Delgado contam-se 50 mil crianças em alojamentos temporários e necessitadas de bens essenciais, “cerca de 51 crianças foram raptadas no último ano nas zonas de conflito”, 2.852 pessoas morreram vítimas do conflito e 900 mil “estão em situação de emergência alimentar”.
HM/CB
Notícia atualizada a 10 de setembro 2021