Açores: Manifestações da piedade popular «estão subaproveitadas como momento de evangelização»

Padre Dinis Silveira, pregador da festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira assinala que a piedade popular está enraizada «na alma e na vida do povo de Deus»

Angra do Heroísmo, Açores, 27 ago 2021 (Ecclesia) – O padre Dinis Silveira, pregador da festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira, na ilha de São Jorge (Açores), na Diocese de Angra, considera que “manifestações da Piedade Popular”, como esta festividade, estão “subaproveitadas” na evangelização.

“A adesão e interesse que elas despertam têm de ser aproveitados para a formação daqueles que lá acorrem, pela pregação, pela oração, pela liturgia e beleza da mesma, pelo são convívio e sobretudo por uma presença pessoalíssima junto dos fiéis”, disse o sacerdote ao sítio online diocesano ‘Igreja Açores’.

Para o padre Dinis Silveira, que é o pregador da festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira 2021, as “manifestações da Piedade Popular”, nomeadamente este tipo de festividades, estão “subaproveitadas como momento de excelência de evangelização”.

O sacerdote açoriano, doutorado em Direito Canónico, assinala que esta não é a sua área de investigação mas pensa não existir “outro modo eficaz de tornar esta realidade verdadeiramente fecunda”, uma vez que a Piedade Popular está enraizada “na alma e na vida do Povo de Deus” que seria “temerário não fazer dela um meio de evangelização”.

“Novos e velhos têm de descobrir a força do Evangelho que se traduz no amor indizível manifestado na Paixão do Senhor, de tal forma que a ida à Caldeira, nos seus cerca de quatro quilómetros, tantas vezes feitos descalços, seja preito de gratidão a Deus pelo amor com que Deus nos ama”, desenvolveu.

A Diocese de Angra informa que a festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira, na freguesia da Ribeira Seca, concelho de Calheta, mobiliza toda a ilha de São Jorge e, de 30 de agosto e 5 de setembro, os fiéis vão em número elevado à Fajã do Santo Cristo, zona de reserva natural.

“A Caldeira e o grande amor a este Passo da Paixão de Cristo hão-de tornar-se para a ilha de São Jorge um centro de espiritualidade profunda e formação. Há que aproveitar mais do que nunca”, referiu o sacerdote.

O padre Dinis Silveira, pároco do Topo e Santo Antão, na ilha de São Jorge, salienta que é “necessário prover às necessidades espirituais dos devotos”, mesmo em tempo de Covid-19, e afirma que “é urgente” ultrapassar a ideia que a pandemia “serve de justificação para que pouco ou nada se faça”.

Segundo o programa, na próxima segunda-feira, dia 30 de agosto, começa a pregação preparatória da festa do Senhor Santo Cristo da Caldeira, a de 2 de setembro (quinta-feira) é dedicada a Nossa Senhora, e os últimos dois dias de preparação têm uma dimensão eucarística, com exposição do Santíssimo Sacramento.

No “dia maior”, 5 de setembro, é celebrada a Eucaristia, duas vezes na parte da manhã, seguem-se as arrematações e, se for possível, uma pequena procissão.

Na Diocese de Angra está a realizar-se a festa do Senhor Bom Jesus da Pedra, em Vila Franca do Campo, com o mote ‘o mundo precisa de fraternidade e esperança’, até este domingo (1 de setembro), a Missa vai ser transmitida na RTP 1, a partir das 09h30 locais; E o Santuário mariano de Nossa Senhora dos Milagres, na Serreta, ilha Terceira, vai celebrar a sua festa maior no dia 12 do próximo mês.

CB

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Agência ECCLESIA

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