Paralímpicos: «Muitos destes atletas veem no desporto a maneira de serem integrados na sociedade», afirma treinador de Boccia

Ana Sofia Costa está no Japão e é treinada por David Henrique, que considera a participação nos jogos de Tóquio «um sonho tornado realidade»

Ourém, 24 ago 2021 (Ecclesia) – O treinador de Boccia David Henrique disse à Agência ECCLESIA que ver atletas que acompanha participar nos Jogos Paralímpicos de Tóquio é “um sonho tornado realidade” e uma oportunidade para muitos se sentirem “integrados na sociedade”.

“Muitos destes atletas veem no desporto, e neste caso o Boccia, a maneira de serem integrados na sociedade, serem reconhecidos, sentirem que aquilo que fazem é útil”, afirmou o treinador que acompanha a atleta Ana Sofia Costa, do Centro João Paulo II, em Fátima.

David Henriques lembra que “a sociedade por vezes é dura com este tipo de população”, porque “não reconhece as suas capacidades”.

“Nestas alturas, vemos atletas em cadeiras de rodas e pensamos: como é que esta pessoas conseguem fazer tanta coisa”, afirmou.

O treinador de Boccia disse também que a participação de atletas portugueses nos Jogos Paralímpicos, com este “mediatismo todo”, traz uma “responsabilidade acrescida” e é um fator de motivação e “um exemplo que outras pessoas podem seguir.

“Há atletas que não se sentem realizados e, ao vê-los, podem sentir-se úteis e podem ter mais um motivo para lutar”, afirmou.

David Henrique acompanha à distância, “a sofrer”, os Jogos Paralímpicos e já sentiu um “orgulho enorme” ao ver o nome da atleta “Ana Costa” passar nos ecrãs, na sessão de abertura, desejando agora que os meios de comunicação social possam transmitir as competições dos atletas portugueses.

“Gostava de lá estar. Surgiu a oportunidade de lá estar como árbitro, não como treinador, mas infelizmente depois não foi possível. Elas sabem que estou com elas e estou a seguir todos os segundos”, afirmou.

David Henrique é treinador da atleta de competição paralímpica Ana Sofia Costa e da parceira de competição Celina e afirma que “trabalham os três em conjunto com o mesmo objetivo”.

O treinador afirma que Ana Sofia Costa “está muito feliz” e, chegar a Tóquio, é “concretizar o objetivo que deu tanto trabalho” e constitui motivo de “um grande orgulho”.

“Chegar a este nível de competição é um sonho tornado realidade. Todas as pessoas que estão envolvidas no desporto em geral sonham com os Jogos Olímpicos ou, no nosso caso, com os Jogos Paralímpicos”, afirmou.

Portugal vai participar nos Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 com uma comitiva de 33 atletas, que vão competir em oito modalidades, de 24 de agosto a 5 de setembro; 17 são estreantes, assim como a estreia em badminton e canoagem.

Os primeiros atletas portugueses a competir são de natação, já esta terça-feira; Em 10 participações em Jogos Paralímpicos, nove consecutivas, Portugal conquistou 92 medalhas: Atletismo com 53, o boccia, com 26, e a natação com nove medalhas, são as modalidades com mais pódios.

Depois de terem sido adiados por um ano por causa da pandemia Covid-19, os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 contam com a participação de 4400 atletas de 160 países.

PR

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Agência ECCLESIA

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