Miséria preocupa Igreja em Angola

A miséria que afecta 70 por cento da população de Angola constitui uma das maiores preocupações da igreja católica local, segundo declarou o arcebispo do Huambo, defendendo o direito dos angolanos a viverem com dignidade. “Regemo-nos pela doutrina social da igreja, em que os bens são de todos e devem ser repartidos de maneira equitativa. A existência de pobres é um grande problema para nós. É uma das grandes preocupações da igreja ajudar efectivamente as pessoas a encontrarem os meios para levar uma vida digna”, afirmou D. José de Queirós Alves. Em entrevista à Agência Lusa, realizada na modesta sede do arcebispado do Huambo, o prelado, nascido há 65 anos em Soalhães, no distrito do Porto, Portugal, e a viver em Angola desde 1969, fez uma análise global da situação em Angola em que denunciou o “flagelo da corrupção, que deixa alguns com a fatia de leão, enquanto outros mal conseguem sobreviver”. Numa base doutrinal, em que o objectivo não é apontar o dedo a ninguém, mas sobretudo acordar consciências há muito adormecidas, D. José de Queirós refere que “em Luanda há pessoas que vivem muito bem, mas a maioria está na miséria, habitando casas de adobe, sem o mínimo de condições”. “O que pomos em questão é naturalmente que cada um seja honesto consigo mesmo e procure adquirir os bens dentro das normas, que são princípios gerais da justiça social e portanto que haja justiça a todos os níveis. É o que nos interessa a nós e a qualquer sociedade organizada. É para estes casos que existe a Justiça, para julgar os prevaricadores”, prosseguiu.

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