A relação dos sacerdotes com os leigos foi o tema da reunião plenária do Conselho Presbiteral de Braga, que decorreu ontem no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese. Nas suas intervenções, o Arcebispo Primaz disse que é «urgentíssimo » reconhecer o lugar dos leigos na Igreja e continuar a apostar na sua formação. D. Jorge Ortiga disse também ser necessário que os padres encontrem tempo para si e para a vida em presbitério. Na reunião, durante a qual os padres conselheiros do Arcebispo louvaram o trabalho de D. António Francisco dos Santos, de partida para a diocese de Aveiro, reflectiu-se sobre a importância da missão dos leigos na Igreja e no mundo, a vocação laical, o relacionamento entre padres e leigos, os diversos movimentos apostólicos e os conselhos económicos e pastorais paroquiais. Falou- se bastante sobre a espiritualidade de comunhão. A propósito dos movimentos de apostolado dos leigos, o Arcebispo Primaz considerou-os imprescindíveis, alertou para a revitalização dos que disso carecem e recomendou atenção e discernimento em relação aos novos. Noutro momento da reunião, D. Jorge Ortiga referiu-se às novas formas de espiritualidade que a Igreja acolhe e alertou para a existência de pseudo-movimentos. No encerramento dos trabalhos do Conselho Presbiteral, que volta a reunir no dia 12 de Junho, o Arcebispo de Braga formulou o voto de que a pastoral a partir da vida concreta dos sacerdotes, seja uma pastoral renovada. D. Jorge Ortiga lembrou a posse de D. António Francisco dos Santos em 8 de Dezembro, na Sé de Aveiro, e avisou que os sacerdotes vão celebrar o convívio de Natal em 22 de Dezembro, no Colégio D. Diogo de Sousa, a partir das 09h30. Testemunhas da esperança «A nossa vida só pode ser orientada no sentido do Evangelho da Esperança, para que a sua glória resplandeça na vida quotidiana, particularmente na sua dimensão social e familiar», disse D. Jorge Ortiga, no discurso de abertura da reunião do Conselho Presbiteral, acrescentando que, «para tornar a sociedade mais humana, é necessário redescobrir o valor da vida em todos os momentos e circunstâncias». «Necessitamos duma proposta positiva e dum compromisso sério. Não nos satisfazem os argumentos fáceis porque sabemos que o carácter sagrado da vida é o alicerce dum verdadeiro humanismo. Estar a favor dos indefesos e débeis — disse também o Arcebispo Primaz — não significa estar contra alguém, mas exige que, condenando inequivocamente o erro, ajudemos as pessoas — homens e mulheres — a reconhecerem o erro para encetarem uma vida nova». «Não podemos cair em facilitismos morais que — acrescentou — justificam todos os comportamentos em nome duma liberdade sem referências. O caminho do bem é sempre anunciado como suporte duma vida autenticamente humana mesmo que, muitas vezes, exija sacrifício e espírito de fidelidade aos valores». A prioridade, indicou D. Jorge Ortiga, é a formação e esclarecimento das consciências, «realizados no anúncio alegre da beleza de existir e no acolhimento, sereno e aberto, no ministério da Reconciliação». Sem esquecer «uma reflexão em grupo que ultrapasse a habitual pressa e o carácter sintético das homilias». «Só em pequenos grupos conseguiremos, através da partilha das dúvidas, esclarecer as razões das propostas da Igreja. Verificaremos que elas nunca se opõem à ciência e que até vão encontrando maior eco mesmo em pensadores sem motivações ou preocupações religiosas. Há estudos que dão claras indicações nesse sentido e que conviria conhecer e assimilar», concluiu o Arcebispo Primaz.