Cáritas aposta na inclusão social

Na perspectiva cristã, a utopia “é um momento ideal, que ainda não se realizou, mas que se vai realizar”. É com este espírito que D. António Sousa Braga encara o desenvolvimento da acção pastoral e social no seio da Diocese de Angra. O prelado defendeu que, em matérias de ajuda ao próximo, não existem impossíveis e todos os fiéis estão convidados para desenvolverem acções que projectem o “bem” da comunidade onde estão inseridos. Falando na cerimónia de abertura oficial do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa e do “Seminário sobre a Inclusão Social, Desenvolvimento Local e Economia Solidária”, na Praia da Vitória, o Bispo de Angra apelou à participação dos leigos nos actos de caridade e destacou a “importância” da Cáritas Diocesana na partilha do amor e da justiça social. “A Igreja sempre apoiou a promoção da caridade e da justiça”, lembrou. O prelado garantiu ainda que a Cáritas não é gestora dos dinheiros públicos e que mantém a sua “autonomia e identidade” no desenvolvimento das actividades de carácter social. Por seu turno, Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa, pediu aos participantes do Seminário sobre a Inclusão Social e do Conselho Geral da Cáritas mais persistência e confiança na luta pelo bem-estar do ser humano. No ponto de vista deste responsável, é preciso acreditar que é possível construir um mundo melhor e mais justo. “O que hoje é uma realidade no passado foi uma utopia”, reforçou, lembrando que o seminário, organizado pela Cáritas dos Açores, é a esperança de que é possível fazer algo pelo bem comum. Para a Cáritas, é uma competência da Igreja católica “olhar pela pobreza e pela inclusão social”. Anabela Borba, presidente da Cáritas Diocesana dos Açores, também apelou à procura do bem comum e à participação dos católicos no apoio da justiça social defendida pela Igreja. “Hoje, como há quarenta anos, volta a ecoar a urgência manifestada pelo Concílio Vaticano II, ‘deve atender-se cuidadosamente à educação cívica e política, tão necessária à população e sobretudo aos jovens, para que todos os cidadãos possam participar na vida da comunidade política’”, disse na ocasião. Para a responsável pela Cáritas açoriana, é necessário estar atento a todos os objectivos que defendem a melhoria das condições da habitação e a promoção do acesso das famílias à habitação condigna. “Os mais pobres dos pobres ainda sentem muitas dificuldades. Como pode uma família pobre recorrer ao crédito e que ferramentas dispõem para o procurar”, referiu. Entre as várias problemáticas sociais que merecem a atenção da igreja açoriana, Anabela Borba destacou a saúde, a dependência de substâncias psicoactivas, o alcoolismo, os comportamentos desviantes, a agressividade, a delinquência. “Inseguro face ao futuro, o homem não sabe para onde ir, procura melhores condições de vida, migra, mas onde chega, urge integrar, não discriminar”, alertou, destacando os objectivos do seminário que a Cáritas organizou em paralelo a este Conselho Geral da Cáritas Portuguesa. A Cáritas Portuguesa, é a Instituição oficial da Igreja para a promoção da sua Acção Social e é a Federação Nacional das Cáritas Diocesanas do Continente e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, estando assim presente nas 20 Dioceses do País. Por sua vez, a Cáritas Portuguesa é membro da “Caritas Internationalis”, que é a confederação de 154 organizações católicas de ajuda, de desenvolvimento e de serviço social a operarem em 198 países em todo o mundo. É também membro da Cáritas Europa, plataforma que congrega as Cáritas de todos os países europeus.

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