O jornal norte-americano “The New York Times” apresentou na sua edição do passado Domingo uma reportagem onde revela documentos comprovativos de uma “forte e decidida oposição de Pio XII a Adolf Hitler”, já nos tempos em que era Núncio Apostólico na Alemanha. A reportagem cita o estudo de um jesuíta norte-americano, Pe. Charles R. Ghallagher, que encontrou dois documentos diplomáticos nos arquivos de Joseph Kennedy, pai do presidente John F. Kennedy. Os documentos confirmam a antipatia do então Cardeal Eugenio Pacelli em relação ao regime nazi. Joseph Kennedy foi embaixador norte-americano em Londres, de 1938 a 1940, e encontrou-se com o Cardeal Pacelli quando este era Secretário de Estado. O primeiro dos documentos é um memorando reservado, escrito em Abril de 1938, um ano antes de o Cardeal Pacelli ser eleito Papa, no qual Pio XII afirmava que “qualquer compromisso com o nazismo devia ser excluído, de modo absoluto.” O segundo documento é uma espécie de resumo de um encontro entre o Cardeal Pacelli e um cônsul-geral, de 1937, quando o Cardeal Pacelli ainda era Núncio em Berlim. O futuro Papa define Hitler como “uma pessoa maléfica e um carrasco.” Segundo o estudioso jesuíta, esses documentos não desculpam Pio XII, mas contribuem para acabar com a impressão de que esse Papa seria, como muitos o definiram, o “Papa de Hitler”.