Francisco convida católicos a ir ao encontro das pessoas «magoadas e sozinhas»
Cidade do Vaticano, 27 jun 2021 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que os cristãos deve rejeitar o julgamento dos outros e ir ao encontro de quem sofre, com amor, como Jesus fez.
“Não julguem a realidade pessoal, social dos outros. Deus ama todos. Não julgar: deixem viver os outros e procurem aproximar-se deles com amor”, referiu, durante a recitação da oração do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício.
Perante dezenas de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, numa cerimónia com transmissão online, Francisco pediu a todos os que o acompanhavam que deixassem Jesus “ver e curar” o seu coração.
“Se já experimentaste este olhar de ternura em ti, imita-o, faz como Jesus. Olha à tua volta: verás que muitas pessoas que vivem ao teu lado se sentem magoadas e sozinhas, precisam de sentir-se amadas. Dá esse passo”, apelou.
Jesus pede um olhar que não se limite ao exterior, mas vá ao coração; um olhar sem julgamentos – deixemos de julgar os outros -, mas acolhedor. Abramos o nosso coração para acolher os outros, porque só o amor cura a vida. Que Nossa Senhora, Consoladora dos aflitos, nos ajude a levar uma carícia aos feridos no coração que encontramos no nosso caminho”.
A reflexão partiu de dois episódios relatados no Evangelho segundo São Marcos (Mc 5, 21-43), em que Jesus se encontre perante os dramas da morte e da doença: uma menina, que morre no momento em que o seu pai foi pedir a ajuda de Jesus; e uma mulher que tem hemorragias, há muitos anos.
“Jesus deixa-se tocar pela nossa dor e pela nossa morte e opera dois sinais de cura para nos dizer que nem a dor nem a morte têm a última palavra. Diz-nos que a morte não é o fim”, indicou Francisco.
O Papa destacou que a doença mais grave da vida é “a falta de amor, é não poder amar”.
“E a cura que mais importa é a dos afetos. Mas como encontrá-la? Podemos pensar nos nossos afetos: estão doentes ou estão de boa saúde? Se estiverem doentes, Jesus pode curá-los”, acrescentou.
A intervenção alertou para os “falsos remédios” a que muitas pessoas recorrem, do virtual aos bruxos e gurus, referindo que a cura passa pelo encontro com Jesus.
No final do encontro dominical, Francisco aludiu à próxima solenidade de São Pedro e São Paulo, a 29 de junho, e convidou todos a “rezar de modo especial” pelo Papa.
“O Papa tem necessidade das vossas orações”, indicou.
A recitação do ângelus, ao meio-dia de Roma, conclui-se tradicionalmente com votos de “bom almoço” e um pedido repetido por Francisco: “Por favor, não se esqueçam de rezar por mim”.
OC
Durante o encontro de oração, o Papa manifestou a sua “proximidade” às populações do sudeste da República Checa, atingidas por um tornado que provocou cinco mortes e mais de 200 feridos. |