Final de vida é tão digno como nascimento

Congresso Nacional de Médicos Católicos reflecte sobre cuidados integrados em final de vida “Uma pessoa no fim de vida não é menos digna que no auge da sua vida”. Assim refere António Sarmento, Presidente da Associação dos Médicos Católicos Portugueses que em Congresso Nacional, reflectiram sobre os “Desafios e Cuidados Integrados no Fim de Vida”. Os cuidados integrados em fim de vida são multi-disciplinares, envolvendo várias áreas e implicando muitos saberes. “Não é um assunto apenas de médicos, mas também de enfermeiros, de familiares, de voluntários, de psicólogos, de fisioterapeutas” dá conta o presidente à Agência ECCLESIA, pois “o fim de vida afecta toda a população”. A plateia reuniu, por isso vários profissionais do campo da saúde. A fase final de vida deve então ser encarada com toda a naturalidade, sendo uma “fase biológica tão importante como outra qualquer” aponta, acrescentando que sendo uma fase mais propicia à fragilidade e dependência, “precisam de mais cuidado”. Daí a importância de chamar a atenção para as necessidades, tornando esta fase “o menos penosa possível” pois se a pessoa for bem tratada “não tem necessariamente de ser uma altura angustiante e de sofrimento”. Os cuidados paliativos foram alvo de reflexão, sendo “cuidados activos e totais” a prestar aos doentes quando se sabe que a sua cura não é possível, mas “se não se pode curar uma doença incurável, não se desiste de tratar do doente” afirma António Sarmento porque ele continua “a ter febres, precisa que se alivie a sua dor, tratar a sua ansiedade, a insónia, as náuseas, e tantos outros estados em que o doente se encontra” que não apenas a dor física. Esta temática tem ganho algum destaque dada a “evolução da sociedade”, esperança média e qualidade de vida. O Presidente da Associação dá conta que em média cada pessoa passa os últimos quatro anos da sua vida dependente, quadro novo diferente das sociedade de há 40 anos atrás. A adicionar a este facto, as posses económicas e os ritmos de vida não permitem ter um doente dependente em casa. Daí que “se preste maior atenção e se pensem soluções para estas questões de forma a minorar o sofrimento da pessoa e até dos familiares” aponta António Sarmento. O pensar e reflectir sobre “Eutanásia e distanásia”, “Cuidados Paliativos e Cuidados Continuados”, “Consentimento Informado” ou a “Consumação da vida”, que sendo conceitos encerram a qualidade de vida das pessoas, “é o mais importante, pois as dúvidas são muitas e as soluções não estão encontradas” finaliza.

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